Líder do PSD acusa Sócrates de "não ter consciência da importância do cargo que desempenha"

Em declarações aos jornalistas no final do debate quinzenal no Parlamento, Manuela Ferreira Leite rejeitou a acusação feita por José Sócrates de que tentou pressionar a justiça na intervenção que fez sobre as escutas ao primeiro-ministro: "Não fiz nenhuma pressão sobre a justiça".

A presidente do PSD voltou a criticar as declarações do dirigente socialista e ministro da Economia, Vieira da Silva, e do vice-presidente do grupo parlamentar do PS Ricardo Rodrigues sobre essas escutas. Segundo a presidente do PSD, com essas declarações, o Governo e o PS disseram primeiro "que a justiça estava a fazer espionagem política" e depois "que a espionagem estava a favorecer o partido da oposição". "A acusação que foi feita é de uma gravidade tal que não me lembro de algum dia ter acontecido em nenhum país democrático na Europa", considerou.

Questionada sobre em que posição fica, no seu entender, José Sócrates, que hoje não disse se subscreve ou não as declarações de Vieira da Silva e de Ricardo Rodrigues, a presidente do PSD respondeu: "Acho que não tem consciência, como lhe disse, da importância cargo que desempenha".

"Um primeiro-ministro tem de ter consciência de que isto é uma situação extremamente grave e não pode deixar de se pronunciar sobre ela", defendeu Ferreira Leite.

A presidente do PSD reiterou que as declarações do ministro da Economia e do deputado Ricardo Rodrigues constituíram "um ataque que nunca foi visto em lado nenhum" à justiça. "Nós temos de lutar contra isso, porque nós estamos aqui para defender a democracia e não podemos aceitar que seja feito um ataque demolidor à independência da justiça. O primeiro-ministro tinha a obrigação de dizer se se solidariza ou não com as afirmações que foram feitas não só pela bancada do PS como pelo seu primeiro-ministro", acrescentou.