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Houve 28 suspeitas de reacções adversas à vacina na última semana

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Desde o início da campanha de vacinação já houve 63 suspeitas de reacções adversas Paulo Ricca (arquivo)

Os dados são revelados num boletim informativo que o Infarmed-Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde vai passar a divulgar semanalmente (às terças-feiras) sobre reacções adversas à vacina contra o vírus H1N1, avançou à agência Lusa o porta-voz do organismo, Carlos Pires.

Desde o início da campanha de vacinação, iniciada a 26 de Outubro, já foram reportadas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância 63 suspeitas de reacções adversas.

“Este facto não significa necessariamente que essas reacções tenham sido causadas pela vacina. Na verdade, poderá tratar-se de uma mera coincidência temporal”, ressalva o Infarmed no documento.

Das 28 notificações registadas entre 23 e 29 de Novembro, 10 foram consideradas “graves” e 18 “não graves”.

“As suspeitas de reacções adversas notificadas são, no geral, sintomas ligeiros e auto-limitados, evoluindo para cura”, refere o Infarmed, sublinhando que “não foram identificados riscos que alterem o perfil de segurança da vacina, pelo que a relação benefício-risco se mantém positiva”.

O grupo etário dos 31 aos 40 anos foi o que registou maior número de notificações (17), seguindo-se os grupos dos 41 aos 50 anos (13), dos 21 aos 30 (12), dos 51 aos 60 anos (12). Os grupos etários dos 11 aos 20 anos e dos 0 aos dez anos registaram, cada um, quatro casos suspeitos de reacções adversas.

Os sintomas mais frequentemente referidos são mialgias (dores musculares), febre e sintomas febris, dores de cabeça, reacções no local de administração da vacina (dor, inchaço, edema) e náuseas e vómitos.

Em relação aos casos considerados graves, o Infarmed refere a ocorrência de três casos notificados de morte fetal que levaram à hospitalização das mulheres grávidas, sublinhando que a “relação entre a administração da vacina” e a morte fetal “é considerada altamente improvável”.

No boletim informativo, o Infarmed reitera que a notificação de suspeitas de reacções adversas à vacina deve ser feita do Sistema Nacional de Farmacovigilância.

Até 26 de Outubro, tinham sido vacinadas em Portugal 96 mil pessoas, o que representa 67 por cento das vacinas distribuídas até 24 de Novembro.

As grávidas e os profissionais de saúde têm aderido pouco à vacinação. Dados da Direcção-Geral da Saúde (DGS) indicam que, num universo estimado de 60 mil mulheres grávidas no segundo e terceiro trimestres, apenas foram vacinadas cerca de cinco mil no primeiro mês de vacinação.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, tem reiterado o apelo às pessoas para se vacinarem e defendeu uma "concertação entre todos os países" na comunicação à população de modo a diminuir os receios relativamente à vacina e garantir uma maior adesão.

Na semana de 23 a 29 de Novembro, foram observados nos serviços de saúde 27 169 doentes com sintomas de gripe, independentemente da confirmação laboratorial dos vírus em causa, havendo a registar seis óbitos, segundo o Ministério da Saúde.

A gripe A (H1N1) já fez 23 vítimas mortais em Portugal.