Ana Jorge não rejeita isentar de taxas moderadoras dadores de órgãos
"Não rejeito essa possibilidade", afirmou Ana Jorge, acrescentando não existir "na tutela nada em cima da mesa para se discutir sobre este assunto". "No entanto, (...) se isso for um contributo para aumentar a dádiva em vida, a pessoas que possam doar em caso de dois órgãos um dos órgãos, poderá ser objecto de discussão e de análise no ministério", declarou a governante, que falava aos jornalistas à margem do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que hoje terminou em Fátima.
A responsável da pasta da Saúde frisou que a eventual isenção de taxas moderadoras nos casos de doação de órgãos em vida "terá de ser uma proposta a ser bem analisada". Ana Jorge acrescentou que o Ministério da Saúde tem vindo "a procurar aumentar os transplantes", um objectivo para corresponder aos avanços da ciência médica que permite às pessoas ter "mais saúde, com melhor saúde".
O encontro, que teve como tema "Transplante de órgãos, doação para a vida", reuniu cerca de 600 pessoas e, nas suas conclusões, defende a sensibilização da população para a doação de órgãos, quer em vida ou após a morte. A comissão preconiza a elaboração de material de informação que "dê notícia das muitas situações clínicas em que a transplantação de órgãos proporciona às pessoas que eram doentes quer a cura das suas limitações quer a qualidade de vida que sempre desejaram ter".
O documento sugere também aos núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde, "já presentes em muitas comunidades cristãs, que criem grupos de dadores de sangue e, simultaneamente, grupos que se proponham estudar as situações em que muitas pessoas se podem tornar dadores de sangue e dadores de órgãos em vida ou depois da morte". A Pastoral da Saúde, que tem como coordenador nacional o padre Vítor Feytor Pinto, é um departamento da Conferência Episcopal Portuguesa, organismo que reúne os bispos católicos portugueses.