Lear Corporation reafirma intenção de encerrar fábrica
"A empresa considera que não é viável manter a empresa com os produtos que tem aqui, mas nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter a empresa e os postos de trabalho", disse o sindicalista.
Américo Flor falava à Lusa depois de três horas de reunião entre a administração da Lear, a comissão Sindical e a Comissão de representantes dos Trabalhadores, que foi constituída quarta-feira, para discutir a situação da empresa.
O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos lembrou que a fábrica da Lear em Palmela produz capas para os bancos do Volkswagen EOS, da Autoeuropa, e que há a expectativa de um aumento da produção daquele veículo a partir do início do próximo ano.
"As indicações que temos da Autoeuropa apontam para um aumento da produção do Volkswagen EOS a partir de Janeiro de 2010, pelo menos durante os primeiros seis meses, e nós sugerimos à administração da Lear que recorresse ao PASA (Plano de Apoio ao Sector Automóvel)", disse.
"Alguns trabalhadores que estivessem a mais em relação a este trabalho, podiam fazer formação através do PASA, o que iria contribuir para diminuir os custos para a empresa", acrescentou Américo Flor, adiantando que a administração ficou de analisar a proposta dos trabalhadores.
A reunião com a administração da Lear Corporation foi interrompida para almoço pouco antes das 13:00, mas deverá prosseguir durante a tarde, não se sabendo ainda se a administração da Lear poderá vir a reconsiderar a intenção anunciada de proceder ao encerramento da fábrica.
Caso se mantenha a decisão de encerramento, a Lear Corporation vai lançar no desemprego mais de 200 trabalhadores.
A Lear Corporation, uma multinacional de origem norte-americana, instalou-se em Palmela em 1998 com o objectivo de produzir acessórios para automóveis, designadamente capas dos bancos, tendo conseguido vários contratos de fornecimento para empresas como a Volkswagen, Citroen e Peugeot.
A fábrica de Palmela chegou a ter mais de 2.200 trabalhadores mas foi reduzindo esse número gradualmente e, actualmente, tem apenas pouco mais de 200 trabalhadores.