Isabelle Vandenabeele vence Ilustrarte 2009
Seleccionada entre cerca de 1300 participantes de 59 países, os trabalhos da ilustradora foram criados para o livro Voorspel va Een Gebroke Liefde ("Prelúdio de Um Amor Partido"), com texto de Geert de Kockere e editado pela editora belga Medaillon (em França, os direitos são da Éditions du Rouergue, com o título "Prélude a un amour brisé"). A partir de um quadro de 1928, da autoria do pintor Edgard Tytgat, o autor imaginou uma narrativa e Isabelle Vandenabeele ilustrou-a.
As menções especiais foram para a dupla italiana Alessandro Lecis e Alessandra Panzeri e para o francês Martin Jarrie, que já foi seleccionado em edições anteriores da bienal.
Todos os elementos do júri internacional consideraram ter sido uma escolha difícil: “Há sempre uma grande dificuldade em dizer ‘sim’ e ‘não’ a este ou àquele trabalho. Em todos eles há razões para o ‘sim’ e para o ‘não’. Mas há uma linha geral de grande qualidade. No final, conseguimos reunir um catálogo diversificado e que inclui algumas surpresas”, disse o ilustrador alemão e membro do júri Wolf Erlbruch quando anunciou a vencedora e as menções especiais.
Brigitte Morel (editora francesa), Susanne Janssen (ilustradora alemã que venceu a Ilustrarte 2007), os estilistas Storytailors e o director de arte Jorge Silva também faziam parte do júri.
“O resultado é sempre uma escolha das diferentes sensibilidades dos membros do júri. Mas foi uma votação muito renhida”, resumiu Eduardo Filipe, organizador da Ilustrarte, em conjunto com Ju Godinho.
Participaram 160 ilustradores portugueses, tendo sido seleccionados para a exposição que inaugurará em Fevereiro Ana Sofia Gonçalves, André Letria, Daniel Lima, Gémeo Luís, João Vaz de Carvalho e Teresa Lima (actualmente com uma exposição na Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana).
Mais uma vez foi Itália o país que concorreu com mais trabalhos, ultrapassando os 200. Logo a seguir, Espanha e França. O Irão continua a surpreender os organizadores, tendo contribuído com desenhos de 130 ilustradores. Na última bienal realizou-se mesmo uma exposição dedicada àquele país, a que se chamou Mil e Uma Noites. “Custa-nos muito devolver bons trabalhos que não foram escolhidos sem os dar a ver a mais público”, justificou Eduardo Filipe.
Depois de várias eliminatórias, só 50 ilustradores podem fazer parte da mostra e integrar o catálogo que é editado em cada bienal.
Eduardo Moura, director do Museu da Electricidade (Fundação EDP), justificou a parceria com a Ilustrarte por se rever “nos projectos de âmbito internacional” e porque “a infância e a juventude estão no centro da atenção da Fundação”. Associou a ilustração à literatura, que considera “um elemento genético estruturante”, e mostrou-se satisfeito com “o elevado nível de qualidade” dos trabalhos a concurso. “O estatuto que a Ilustrarte alcançou consegue atrair ‘a nata’ dos ilustradores de todo o mundo.”
As anteriores edições realizaram-se no Auditório Augusto Cabrita no Barreiro, sendo esta a primeira vez que acontece em Lisboa, no Museu da Electricidade. Estão previstas algumas actividades paralelas durante a exposição, mas Eduardo Moura preferiu não as divulgar já.