Face Oculta: Vara deverá conhecer hoje eventuais medidas de coacção

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O arguido começou a ser interrogado em Aveiro no passado dia 18 Adriano Miranda (arquivo)

Armando Vara começou a ser interrogado em Aveiro no passado dia 18, numa diligência que prosseguiu na última sexta-feira. O ex-ministro socialista, a quem o Ministério Público imputa dois crimes de tráfico de influência, tem reclamado inocência e manifestado o desejo de que o “pesadelo” termine rapidamente.

A investigação do processo sustenta que Armando Vara terá intercedido, a troco de vantagens patrimoniais, junto de terceiros para que Manuel Godinho, principal arguido no processo, conseguisse novos negócios. Vara contrapôs, em declarações aos jornalistas, que não pediu nem recebeu dinheiro para os alegados favores e garantiu que tudo o que está na acusação “é inventado”.

“Nunca tive nenhum tipo de atitude que favorecesse as empresas do senhor Manuel Godinho. Ele era cliente dos bancos onde eu trabalhava. Tinha com ele uma relação profissional a esse nível e mais nada”, adiantou. Vara negou ainda ter recebido presentes do empresário das sucatas, com excepção de “uma caixa de robalos, quando ele se deslocou a Vinhais”.

O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas. São conhecidos 18 arguidos, acusados de mais de 60 crimes, como corrupção, tráfico de influências, associação criminosa, furto, burla e receptação.