Indira Gandhi por Hollywood e Bollywood

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Indira Gandhi com o pai, o também primeiro-ministro Nerhu, em 1961 Jayanta Shaw/REUTERS

Será a história de Indira Gandhi e será também, de certa forma, a história da Índia. "Indira era Índia", disse ao Daily Telegraph Krishna Shah, o realizador que, ao fim de 20 anos a trabalhar no argumento, vai finalmente começar a filmar "Mother: The Indira Gandhi Story", um épico sobre a antiga primeira-ministra da Índia, assassinada em 1984.

A "rainha de Bollywood", Madhuri Dixit, será Indira Gandhi, num elenco impressionante que deverá contar com Helen Mirren (que, se confirmar a sua presença, voltará a ser a rainha Isabel II), Tom Hanks (que será o Presidente norte-americano Lyndon B. Johnson), Tommy Lee Jones (outro Presidente dos EUA, Richard Nixon), Emily Watson (que fará da antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher) e Albert Finney (que deverá assumir o papel do actor Peter Ustinov, que se encontrava em Nova Deli à espera de Indira no momento em que ela foi morta).

"Este é o projecto da minha vida, tanto em escala como no tema. Trabalhei no argumento durante mais de duas décadas, e esta é simplesmente uma história que tem de ser contada", disse Shah ao jornal britânico. "Demorei anos a encontrar o caminho na história, mas encontrei-o com o papel dela como mãe - tanto para a sua família como para a nação com os seus milhões de pessoas."

O filme - que será, na realidade, dois filmes - começará a ser filmado em Abril do próximo ano na Índia, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos. "Vai mostrar a vida dela desde os tempos em que era uma tímida dona-de-casa que tropeçou no papel de primeira-ministra, passando pela forma como conduziu o país à vitória na guerra de 1971 com o Paquistão, pelo seu compromisso com a secularização e com a necessidade de garantir maior poder para as mulheres e para as classes mais desfavorecidas", afirmou o realizador, nascido na Índia, mas que tem trabalhado nos Estados Unidos, tanto na Broadway como em Hollywood.

A guerra e o "martírio"

O épico sobre a primeira e única mulher a chegar à chefia do Governo indiano marca, aliás, uma colaboração entre Hollywood e a sua versão indiana, os estúdios de cinema conhecidos como Bollywood. "A distinção entre os dois está a começar a desvanecer-se", declarou Shah ao Telegraph. "Bollywood começou a transformar-se e isso é muito positivo, a diversificação é o futuro para o cinema indiano."

Shah confessa que um dos seus objectivos é conseguir agradar tanto às audiências ocidentais como à indiana, e uma das formas de o conseguir é "abordar o projecto a partir da escola de casting de [Richard] Attenborough [o realizador de Gandhi, outra biografia, esta sobre o Mahatma Gandhi, pai da independência da Índia]". E isso significa que "haverá muitos nomes sonantes tanto de Bollywood como de Hollywood, para chamar audiências".

O momento alto do primeiro filme, revela o jornal, será uma sequência de guerra de 30 minutos sobre o conflito entre a Índia e o Paquistão, que contará com grandes efeitos especiais e que mostrará a emergência de Indira como Maa Durga, a deusa da guerra.

O segundo filme centrar-se-á nos esforços de Indira Gandhi para unir a Índia, e na ascensão do seu filho Sanjay Gandhi, e terminará com o "martírio" da líder indiana às mãos dos seus guarda-costas sikh, em 1984. O orçamento previsto é de 44 milhões de euros.

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