Fragata portuguesa captura seis piratas somalis e entrega-os às Seychelles

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Depois da transferência dos detidos para a unidade estrangeira, a "Álvares Cabral" içou para bordo a embarcação pirata NATO

Os fuzileiros da fragata portuguesa "Álvares Cabral" entregaram esta madrugada às Seychelles, para serem julgados, seis piratas somalis que horas antes tinham interceptado 170 milhas a ocidente daquele arquipélago.

Como as leis portugueses não permitem o julgamento de piratas interceptados no alto mar, a tripulação daquela fragata, navio-almirante da frota da NATO destacada no Índico, identificou os piratas recolhidos num bote de sete a oito metros, recolheu algumas provas da sua acção e passou-os para um navio de patrulha das Seychelles, o "Andromache".

Depois da transferência dos detidos para a unidade estrangeira, pelas 03h00 locais de hoje (23h00 de ontem em Lisboa), a "Álvares Cabral" içou para bordo a embarcação pirata, de modo a que não se tornasse um escolho para a navegação, contou ao PÚBLICO o comandante Alexandre Santos Fernandes, oficial de relações públicas do Standing Maritime Group One, da NATO.

Ontem de manhã, o pesqueiro espanhol "Ortube Berria" fora atacado por um grupo somali, a ocidente das Seychelles, e conseguira evadir-se pelos seus próprios meios, tendo entretanto dado o alarme para todas as frotas que andam a patrulhar o Índico.

De imediato, uma aeronave do Luxemburgo pertencente à flotilha da União Europeia (a EUNAVFOR) e estacionada nas Seychelles avançou para a zona assinalada, enquanto a "Álvares Cabral" também se encaminhava para lá, o mesmo tendo feito o "Andromache".

Perante a apertada vigilância exercida tanto pelo país mais próximo como pelas forças da NATO e da União Europeia, o navio-mãe dos piratas e duas das suas lanchas de assalto (os chamados "skiffs") partiram em sentidos diferentes, de modo a despistar a perseguição.

Foi o segundo destes "skiffs", que rumava a noroeste, com seis suspeitos, que a fragata portuguesa conseguiu interceptar, já em plena noite, conforme o relato telefónico hoje feito ao PÚBLICO pelo comandante Santos Fernandes.

Entretanto, o pessoal das Seychelles abordava o navio-mãe dos piratas, tendo capturado os três elementos que nele se encontravam. E aos quais se juntaram os seis camaradas capturados pela "Álvares Cabral".

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