Clínica condenada a pagar indemnização por resultado falso de HIV numa paciente
O caso remonta a Novembro de 2006, quando a mulher, de 40 anos, se dirigiu à clínica Soerad para fazer análises ao sangue, cujos resultados vieram a concluir que era portadora do vírus HIV.
Segundo a sentença judicial proferida pela juíza Ana Paul Gomes, a mulher “entrou em choque e profunda angústia” por pensar que “ia morrer face à gravidade da doença”.
Até Fevereiro de 2007, ocasião em que veio a efectuar novas análises no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a paciente “perdeu qualidade de vida, chorou, passou noites sem dormir, discutiu com o marido pois desconfiava que tivesse relações sexuais com outras mulheres (...), perdeu o apetite, sofreu depressão e isolou-se em casa”.
As segundas análises vieram contrapor o resultado das primeiras, pelo que a mulher decidiu colocar a clínica em tribunal. A juíza responsável pelo caso deu agora os factos como provados. Por sua vez, a clínica Soerad não contestou a acção.
O sócio-gerente da clínica, Rui Silvério, disse hoje à Lusa que não vai recorrer da decisão judicial, admitindo que “foi um erro médico” no laboratório de análises. “Foi na transcrição [manual] de dados para o sistema informático que houve o erro, o que foi suficiente para os valores passarem de negativo para positivo”, explicou o responsável, que assegurou tratar-se de um “caso isolado”.
“Depois do que aconteceu adquirimos um “software” para ter tudo automatizado e neste momento já não existe mão humana a transcrever dados”, acrescentou.