Imagem de Portugal junto dos investidores externos piorou
De acordo com o relatório sobre Investimento Directo Estrangeiro (IDE), o sector que mais contribuiu para a deterioração da imagem de Portugal no estrangeiro foi o da produção de bens de consumo.
Os sectores da Energia e de Telecomunicações foram, por sua vez, responsáveis pelas respostas mais positivas dos investidores relativamente à percepção que têm do ambiente de negócios em Portugal.
Em declarações à Lusa, o partner da Ernst&Young, José Gonzaga Rosa, explicou que as percepções dos investidores internacionais apontam “de forma concisa para algum cepticismo sobre a capacidade de os governos endereçarem políticas no sentido de resolverem os principais inibidores do investimento directo estrangeiro”.
De acordo com o responsável, existem essencialmente dois pontos fracos do ambiente de negócios português e que são por um lado as ineficiências do sistema judicial e por outro, as ineficiências do sistema fiscal.
“São dois pontos que não têm a ver directamente com a economia, mas que acabam por ser um factor inibidor muito forte em termos de investimento estrangeiro”, disse José Gonzaga Rosa.
Por outro lado, acrescentou, existe algum cepticismo quanto à capacidade dos sucessivos governos de efectuarem políticas efectivas com vista à resolução daqueles dois inibidores de IDE.
Pela positiva, a Ernst&Young destaca o facto de Portugal ter “aparentemente resistido de forma satisfatória à crise iniciada em 2007/08”.
Isto porque, explicou José Gonzaga Rosa, o saldo de IDE manteve-se em 2008 nos 2,4 mil milhões de euros, um pouco acima do valor que nós tínhamos registado em 2007.
“Olhando apenas para os números, acabou por ter um desempenho satisfatório e aliás os valores de 2008 estão na média dos anos de 2007, 2005 e 2004”, afirmou.