“Never. Nunca demitiria o Paulo Bento. Não era capaz”, explicou Bettencourt, argumentando que só aceitou a demissão do técnico porque concordou com o diagnóstico feito pelo agora ex-técnico.

“Paulo Bento vai ficar forever [para sempre] no coração dos sportinguistas, por enquanto só de 90 por cento. Daqui a mais algum tempo vão ser 100”, disse Bettencourt, para justificar a famosa frase (“Paulo Bento forever”), dita antes das eleições de Junho passado.

Depois de Paulo Bento ter dito que já tinha comunicado a decisão a quatro mulheres (da família) e a cinco homens (quatro da equipa técnica e um externo ao Sporting), o presidente leonino disse não se sentir "corno" por não ter sido dos primeiros a saber.

José Eduardo Bettencourt confirmou que o adjunto Leonel Pontes ficará interinamente no comando técnico, mas nada adiantou quanto ao novo treinador. “Não estou preparado para isso”, respondeu quando foi questionado pelo PÚBLICO sobre o tipo de treinador que pretende contratar.

Não esclarecendo se haverá mais mexidas na estrutura do futebol do Sporting (“o mercado está aberto”), Bettencourt deixou várias críticas a sportinguistas que não identificou. Falou de “sábios” que o aconselharam “a não misturar conhaque com trabalho” e que “vão falando cada vez mais”, sem fazer nada.

E fez questão de sublinhar que Paulo Bento só receberá até ao dia em que esteve no clube, apesar de ter contrato até 2011. “Na última assembleia geral da SAD, distintos accionistas mostraram preocupação por ter feito um contrato de dois anos. O Paulo diz e cumpre. Disse que só cobraria até ao dia em que trabalhasse. Foi isso que fez, com os meus cumprimentos para esses accionistas.”

Bettencourt insistiu ainda nas críticas internas, sempre sem identificar os destinatários dos recados. “Este clube tem 150 pessoas que só têm certezas e nunca dúvidas.”

Paulo Bento, por sua vez, disse que sempre teve o apoio da administração, mas admitiu que havia gente dentro do Sporting que desejava a sua saída.

Na conferência de imprensa notou-se alguma tensão no presidente leonino, para quem esta foi manhã "emotiva e desagradável": "Estou muito triste", confessou Bettencourt, falando de uma "separação dolorosa".