ACAPO apresenta futura sede, que pretende ser modelo de edifício acessível
A apresentação deste projecto arquitectónico visa assinalar o Dia Mundial da Bengala Branca e surge também no ano em que a associação faz 20 anos de existência.
Segundo Carlos Lopes, presidente da ACAPO, a inovação é que vai ser o primeiro edifício público em Portugal a reunir todas as acessibilidades, por cumprir a legislação e por ter todos os pormenores pensados para os deficientes visuais.
Para avançar para a construção deste edifício, a associação precisa agora de parceiros que possam suportar o financiamento do projecto, que tem já o apoio de um "atelier" de arquitectos.
Os profissionais envolvidos encaram esta iniciativa como um desafio arquitectónico, tendo em conta a necessidade de ser acessível a todo o tipo de deficientes e em especial à deficiência visual.
O novo espaço deve oferecer muita luz natural, com a combinação certa de janelas, clarabóias e estores e com o uso de acabamentos não polidos para evitar reflexos.
O uso de um contraste cromático permite que as pessoas possam distinguir facilmente os diversos pisos, corredores e portas, e possibilita simultaneamente encontrar os puxadores das portas, interruptores da luz e tomadas de corrente.
Para evitar obstáculos, nos corredores, os extintores e outros equipamentos serão embutidos nas paredes, as esquinas serão arredondadas e não haverá ressaltos no chão.
O dia 15 de Outubro foi instituído Dia Mundial da Bengala Branca pela Federação Internacional de Cegos, em 1970.
O principal objectivo é reconhecer a independência das pessoas cegas e a sua plena participação na sociedade. A Bengala Branca, um símbolo da igualdade, é também o símbolo da cegueira.
A sua utilização permite ao deficiente visual movimentar-se livremente.
Estima-se que existam cerca de 160 mil cegos em Portugal. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a deficiência visual engloba duas grandes categorias: a Cegueira e a Ambliopia.