Tuberculose diminui, mas Portugal e Espanha mantêm a maior taxa da UE

Foto
Toxicodependentes, pessoas com HIV e pessoas que vivem em condições de pobreza, más condições de higiene e com maus hábitos alimentares são os grupos de risco Manuel Roberto (arquivo)

O médico, que é assessor da Direcção-geral de Saúde e supervisor da luta contra a tuberculose na região Norte, falava à margem do IX Encontro Nacional de Infecciologia que hoje se está a realizar no Porto, numa iniciativa do Hospital Joaquim Urbano. "O trabalho de combate à tuberculose está a evoluir bem, no entanto as nossas equipas estão a actuar nos limites, quanto aos recursos humanos disponíveis. Se houver qualquer diminuição todo o esforço poderá ser comprometido", alertou.
O especialista referiu que em 1995 a taxa de tuberculose em Portugal era mais do dobro da actual, situando-se nos 55,6 casos por 100 mil. Em 2006 os números apontavam para uma taxa de notificação de 32,4 por 100 mil habitantes, enquanto, em 2007, a taxa registada foi de 27 por 100 mil habitantes, o que denota um claro decréscimo face ao número apurado no ano anterior.
"Presentemente, a taxa está nos 25 por mil e penso que em cinco anos estaremos na média europeia, que está nos 15 casos por mil", disse Ramalho de Almeida.
Acrescentou que outros países exteriores à UE apresentam taxas muito mais altas, "alguns deles quatro e cinco vezes superiores à de Portugal e Espanha".
O clínico referiu que actualmente, o rastreio não está indicado para a população em geral. "No entanto, as pessoas em contacto com um doente com tuberculose respiratória devem manter-se atentas e ser rastreadas, de forma a protegerem-se a si e a não contagiar outras pessoas", disse.
A nível geográfico, o Norte de Portugal, particularmente a região do Grande Porto, regista a taxa de incidência mais elevada.
Acrescentou que para diminuir mais estes números é necessário sensibilizar os profissionais de saúde para o diagnóstico da tuberculose e deve dar-se especial atenção aos casos em que o quadro clínico é arrastado e se caracteriza por febre baixa, tosse e emagrecimento. "Nestes casos, o médico deve colocar a hipótese de se tratar de tuberculose", disse.
Ramalho de Almeida referiu que os grupos de riscos para a tuberculose são os toxicodependentes, as pessoas com HIV (SIDA) e a população que vive em condições de pobreza, que vivem em más condições de higiene e com maus hábitos alimentares.