Jerónimo de Sousa acusa Paulo Pedroso de ter comportamento antagónico
Num jantar com cerca de 700 apoiantes de Almada, Jerónimo de Sousa atacou duramente o deputado socialista que se candidata à presidência da câmara municipal deste concelho comunista.
O líder comunista lembrou medidas aprovadas pela maioria socialista no Parlamento, como as leis laborais da administração pública e local, a liberalização dos licenciamentos das grandes superfícies, a reforma da Lei de Bases da Segurança Social ou “Orçamentos de Estado em que são os banqueiros e os grandes grupos económicos que continuam a ser privilegiados”.
“Não pode haver dois comportamentos distintos e antagónicos. Não se pode ser deputado na Assembleia da República, defender uma política e vir aqui para o concelho de Almada enganar os almadenses. Não se pode ter posições na discussão do Orçamento de Estado e vir para aqui tentar vender gato por lebre aos almadenses”, defendeu Jerónimo de Sousa.
Para o secretário-geral do PCP, é uma “contradição insanável” que o “partido do governo faça o país andar para trás e propor em Almada que vá para a frente”.
“Valorizamos muito o nosso projecto e a coerência, esta CDU na batalha das eleições é a mesma da Assembleia da República, com a mesma posição de princípio, uma só cara e uma só palavra”, sustentou.
Já Maria Emília de Sousa - à frente da autarquia há 22 anos e que se recandidata a mais um mandato - mostrou-se preocupada com o facto de o PCTP-MRPP, que concorre apenas à câmara de Almada, ter ficado com o primeiro lugar no boletim de voto, afirmando recear confusão, “especialmente entre os mais velhos”, com o símbolo das forças concorrentes - o MRPP tem uma foice e um martelo, enquanto a CDU se apresenta com esta imagem e um malmequer, que representa os “Verdes”.
“É preciso muito cuidado. Vejam o trabalho que temos de fazer junto dos mais idosos, que não vêem bem, que vão à procura da foice e do martelo para votarem”, disse a autarca, pedindo aos apoiantes que expliquem aos mais velhos que devem “procurar a flor” e então pôr a cruz no boletim de voto.
“É uma questão de dignidade. Eles ficam deprimidos, ficam tristes, quando percebem que se enganaram, e perceberam nas eleições legislativas que se enganaram muito”, referiu.