Explosão seguida de incêndio destruiu duas empresas em Vila do Conde e fez uma vítima mortal

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O rebentamento foi de tal forma violento que destruiu, pelo menos, dois camiões e um número ainda não determinado de automóveis Luis Efigênio / nFactos

O acidente aconteceu pelas 18h40 desta quinta-feira e teve como consequência imediata a morte do condutor do camião, um homem de 47 anos, natural de Gião, freguesia do mesmo concelho.

Seis outras pessoas ficaram feridas, uma delas com gravidade, com queimaduras em grande parte do corpo. Os bombeiros esperavam ainda esta madrugada conseguir extinguir o incêndio, controlado desde as 21h30.

Maurício Amorim, 22 anos, funcionário da Vidal Cash & Carry, uma empresa espanhola de venda a grosso de vários tipos de mercadorias, tinha fechado as contas do último cliente do dia quando o viu, literalmente, “voar” ao ser projectado pela onda de choque causada pela explosão. Descreve o estrondo que se ouviu como parecendo uma bomba.

A “bomba”, no caso, era um camião-cisterna com diluente, que estava parado à saída do armazém ao lado, pertencente à Safetykleen.

Graças aos materiais ali utilizados – solventes para materiais de pintura e vários tipos de resíduos, como óleos usados – o fogo alastrou-se à firma onde trabalha Maurício Amorim. O funcionário ainda arriscou tirar da rua o carro que, apesar dos seus vidros estilhaçados, era dos que estavam em melhor estado.

150 homens mobilizados

A explosão foi de tal modo violenta que para além de ter transformado o camião-cisterna num monte de ferro quase irreconhecível, matando de imediato o seu condutor, destruiu outro pesado e pelo menos uma dúzia de veículos ligeiros que se encontravam estacionados ou a passar na rua. Os armazéns fronteiros desta artéria, apesar dos seus 30 metros de largura, também sofreram estragos.

Segundo o presidente da Câmara de Vila do Conde, o gerente e os funcionários da Safetykleen ainda tentaram apagar o incêndio que se seguiu, mas perante as dificuldades, optaram por sair do local. Cinco deles sofreram ferimentos ligeiros, desconhecendo-se, ao final da noite, se o ferido grave é também trabalhador desta unidade. Este último foi transportado para o Hospital Pedro Hispano, Matosinhos. O Hospital de São João, no Porto, e o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde receberam as restantes vítimas.

Quando chegaram ao local e perceberam o perigo que ainda advinha da empresa onde tudo começou – nas traseiras havia, segundo a protecção civil municipal, sete silos com 30 mil litros de óleos cada um – os bombeiros voluntários de Vila do Conde accionaram os meios de emergência distritais. As autoridades mobilizaram para o local 14 corporações de vários concelhos do Grande Porto que, com 150 homens e 32 viaturas, encetaram um cuidadoso trabalho de controlo do fogo – conseguido pelas 21h30 – sob o risco de pequenas explosões que não causaram danos pessoais entre os homens envolvidos no combate às chamas.

A prioridade foi mesmo desviar as chamas dos silos e evitar que o fogo alastrasse aos armazéns das redondezas porque, nas duas empresas afectadas, a sua dimensão era tal que, pelas 22h00, podia perceber-se que pouco sobraria do interior das respectivas estruturas.

 

Notícia actualizada à 1h20

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