O maior grupo europeu de material de guerra, a BAE Systems, está sob fortes suspeitas de corrupção que envolvem subornos na Tanzânia, África do Sul, Roménia e República Checa, ligados à venda de armamento.

O Gabinete para as Grandes Fraudes (Serious Fraud Office), um departamento do Governo britânico que investiga e leva a tribunal entidades suspeitas de casos complexos de fraude - e faz também parte do sistema judicial - anunciou que vai pedir à procuradora-geral luz verde para avançar em tribunal contra a empresa, que pode ser obrigada a pagar centenas de milhões de libras. Para já existe ainda espaço para a chegada a um acordo extrajudicial entre as duas partes, indicavam ontem analistas citados peloFinancial Times, mas entretanto vários casos suspeitos saltaram para as páginas dos jornais - alguns ainda respeitantes aos anos 90, mas todos com grande visibilidade política.

Este é o caso da venda de quase 30 aviões militares Hawk ao Governo sul-africano no final dos anos 90, negociada na altura com um comité liderado pelo ex-Presidente da África do Sul Thabo Mbeki por um valor muito superior aos oferecidos por outros concorrentes. Um antigo deputado do ANC acusou o partido fundado por Nelson Mandela de ter utilizado dinheiro pago pela BAE para financiar a campanha eleitoral de 1999.