Nova Iorque aplaude João Pedro Rodrigues

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João Pedro Rodrigues e os seus actores, Jenny Larrue e Cindy Scrash, no último Festival de Cannes

J Hoberman, da "Village Voice", chamou-lhe "uma fábula profunda e fabulosamente triste, bem como um exemplo de cinema lírico, lúdico e imprevisível".

Pode não ter gerado grande entusiasmo no Festival de Cannes, onde passou na secção "Un Certain Regard", mas "Morrer como um Homem", de João Pedro Rodrigues, está a chamar a atenção da crítica americana. Exibido esta semana no Festival de Nova Iorque, ao lado da Palma de Ouro de Cannes, "The White Ribbon", de Michael Haneke, do Leão de Ouro de Veneza, "Lebanon", de Samuel Maoz, do mais recente Alain Resnais, "Les Herbes Folles", ou das "Singularidades de uma Rapariga Loura", de Oliveira, a terceira longa do autor de "O Fantasma", história de um travesti dilacerado entre viver como uma mulher ou morrer como um homem, foi elogiada por dois dos mais respeitados e influentes críticos novaiorquinos.

J. Hoberman, da "Village Voice" e um dos programadores do festival, escolheu "Morrer como um Homem" como um dos seus cinco "imperdíveis" do certame ainda sem distribuição americana, chamando-lhe "uma fábula profunda e fabulosamente triste, bem como um exemplo de cinema lírico, lúdico e imprevisível". A temida Manohla Dargis, do "New York Times", por seu lado, critica uma "primeira hora muitas vezes lúgubre" mas diz em seguida que o filme "recompensa a nossa paciência com beleza e mistério": "No exacto momento em que a história parece estar à beira de se afogar em torrentes de lágrimas, Rodrigues desmultiplica o tom e o cenário e transporta as personagens para um santuário onde outro travesti, inspirado por Judy Garland cerca de 1961, as conduz - e a nós - para lá do arco-íris. E depois tudo volta a mudar, desta vez para uma tragédia justamente merecida." Por cá, "Morrer como um Homem" chega às salas já a 15 de Outubro, depois de ter sido o filme de abertura da edição 2009 do Queer Lisboa.

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