Câmara de Tomar quer recuperar aqueduto dos Pegões para voltar a levar água ao Convento de Cristo

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Convento está classificado desde 1983 como Património da Humanidade NUNO FERREIRA SANTOS

Seis quilómetros de canalização deverão ser substituídos para recuperar imagem do conjunto que é Património da Humanidade

A Câmara de Tomar está interessada na recuperação integral dos seis quilómetros do aqueduto dos Pegões de forma a que volte a fornecer água ao Convento de Cristo. O aqueduto deve ser considerado como uma parte que integra funcionalmente o monumento classificado em 1983 como Património da Humanidade, já que durante bastante tempo foi através dele que a água era fornecida por efeito da gravidade aos jardins, lavabos e dormitórios dos frades da Ordem de Cristo.

Em alguns locais, como nas proximidades do convento, o aqueduto adquire uma configuração com arcos ogivais e de volta inteira monumentais e um grande impacte na paisagem, enquanto em outros sítios o aqueduto fica subterrâneo. Mas a verdade é que ao longo dos seis quilómetros de extensão entre as nascentes do Cano, onde dantes se fazia o abastecimento de água ao templo religioso, são várias as estruturas que apresentam sinais de degradação, resultantes da não utilização do aqueduto para a função com que foi previsto e começado a construir em 1593, a mando do Rei Filipe II de Espanha.

Recuperação integrada

"Do ponto de vista da Câmara de Tomar, o aqueduto dos Pegões é um componente importante do conjunto que inclui também de forma integrada o convento propriamente dito, o castelo e a mata nacional dos Sete Montes. E o encanamento e outras estruturas apresentam sinais de degradação, pelo que necessitam de ser recuperados", observa o presidente do executivo de Tomar, Corvêlo de Sousa. O autarca sublinha que o principal problema está, sobretudo, no elevado número de pequenas intervenções que é preciso fazer ao longo de todo o trajecto, com as condutas de água umas vezes em sítios elevados, outras enterradas, mas que se encontram há muitos anos sem servir para o transporte da água.

"Não deve ser necessário um investimento muito elevado para as intervenções", nota Corvêlo de Sousa, admitindo que alguns investidores privados que têm apostado turisticamente nas proximidades dos Pegões poderão ser um parceiro financeiro na recuperação das condutas e outras estruturas.

"Havia vantagens em levar a água das três mães-d"água, as nascentes que se encontram no campo, até ao interior do convento, claustros e jardins anexos, até porque essa seria a melhor forma de defender o aqueduto", afirma o autarca, que confessa ter esperança de que a vereação nabantina, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e os proprietários e gestores da área turística, incluindo os responsáveis pelas novas unidades hoteleiras da zona e pelo campo de golfe de Pegões, em fase de implantação, possam apoiar o restabelecimento do aqueduto local.

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