Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo sem condições para iniciar aulas

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Há uma semana, os alunos da ESMAE manifestaram-se frente à escola contra os problemas que se registam este ano lectivo Ricardo Castelo/NFactos

A direcção da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) anunciou hoje que não estão criadas as condições necessárias ao arranque das actividades lectivas, uma situação que o Instituto Politécnico do Porto (IPP), a quem pertence aquele estabelecimento de ensino, nega.

“A ESMAE vive um momento particularmente difícil. Com efeito, não estão criadas as condições - pedagógicas, científicas e artísticas - necessárias ao arranque das actividades lectivas”, refere a direcção da escola, em comunicado. A mesma nota indica que a dotação orçamental para 2009 é “manifestamente insuficiente”, facto para o qual tem “chamado atempadamente e repetidas vezes a atenção da presidência do politécnico”.

Os dirigentes da escola acusam também a presidência do IPP de “falta de visão estratégica em relação às particularidades do ensino artístico, expressa na insensibilidade que vem demonstrando relativamente aos problemas colocados pela ESMAE, pois não os resolveu em tempo útil”.

Para a direcção da ESMAE, “a incapacidade da presidência do IPP para promover uma solução, conjuntamente com os órgãos da escola”, configura uma “quebra de solidariedade institucional”.

Contactada pela Lusa, fonte do IPP garantiu que “não há, neste momento, um atraso no arranque do ano lectivo” e que a presidência do instituto “está a trabalhar para resolver todos os problemas de gestão que a escola não soube resolver”.

“O orçamento de 2009 da ESMAE está definido desde Setembro de 2008, como para todas as outras escolas. O orçamento da ESMAE é o mais elevado de toda a rede do IPP por estudante inscrito. É aproximadamente o triplo do índice normal”, salientou a fonte, acrescentando que “só a 14 de Setembro foram recebidos no IPP pedidos da ESMAE para a contratação de oito docentes, pedidos esses que foram aceites”.

Dois dias depois, a 16 de Setembro, a direcção da ESMAE fez um novo pedido de “contratação de mais 23 docentes e mais 143 colaboradores, com um ultimato de resposta até às 15h00 do dia seguinte”, o que, na opinião da fonte, “é eloquente quanto à falta de solidariedade institucional”.

A fonte frisou que a presidência do IPP “é absolutamente imune a calendários eleitorais internos ou externos”, referindo-se às eleições legislativas e ao período pré-eleitoral no IPP, resultante da alteração estatutária do instituto. “Os estudantes não têm culpa desta situação”, realçou, acrescentando que o IPP compreende a preocupação dos alunos, que há uma semana se manifestaram frente à escola, e tudo fará para que o ano lectivo se inicie brevemente e com normalidade.

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