Actos de vandalismo em Braga podem ter motivações políticas

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No espaço de duas noites, três dependências bancárias foram queimadas Fernando Veludo/NFactos

Os actos de vandalismo que, na noite de anteontem, atingiram a Câmara de Braga e duas dependências bancárias da cidade podem ter motivações políticas. A Polícia Judiciária (PJ) considera que o facto de terem sido atingidos edifícios que simbolizam o poder político e económico pode revelar inspiração anarquista. A agência bancária vandalizada na véspera em Terras de Bouro e a destruição de vários cartazes eleitorais fizeram aumentar as suspeitas.

No espaço de duas noites, três dependências bancárias foram queimadas. Vistas pelos movimentos anarquistas como símbolos do capitalismo, foram alvos privilegiados em acções de movimentos extremistas noutros países. Apesar de os autores terem entrado nas agências de Braga e Terras de Bouro, nenhum objecto de valor foi roubado, o que está a ser valorizado pela PJ.

Na mesma noite em que a Câmara de Braga foi atingida, vários cartazes eleitorais foram destruídos na cidade, nomeadamente nas freguesias de Lamaçães e Nogueiró, nas proximidades das duas dependências bancárias vandalizadas. Ao longo dos últimos dias, a campanha de quase todos os partidos concorrentes às legislativas e às autárquicas tinham sido vandalizada com inscrições insultuosas, que ao longo do dia de ontem começaram a ser retiradas.

A PJ está a investigar a ligação entre estes actos de vandalismo e aqueles que foram perpetrados contra a Câmara de Braga e duas agências bancárias da cidade. Cerca da 1h20 de segunda-feira foram deixados pneus regados com um líquido inflamável nos balcões da Caixa Geral de Depósitos e do Millenium BCP, separada por escassos 600 metros. O ataque destruiu duas caixas ATM e danificou as entradas das dependências, obrigando ao seu encerramento temporário.

Minutos depois, foram também deixados pneus a arder na porta principal do edifício da Câmara de Braga. As autoridades atribuem a autoria deste acto à mesma ou às mesmas pessoas.

O incidente queimou grande parte da porta do palacete da autarquia, datado do século XVIII. Só a rápida intervenção dos bombeiros impediu que o incêndio alastrasse ao resto do edifício, altamente inflamável já que os interiores são predominantemente em madeira.

Na noite de sábado, outra dependência bancária tinha sofrido um ataque idêntico, no concelho vizinho de Terras do Bouro. A agência da Caixa de Crédito Agrícola de Rio Caldo foi atingida com pneus incendiados cerca das 4h00 de domingo, danificando a porta e fachada do edifício. Os agentes da Judiciária estiveram, ao final da manhã de ontem, no local, tentando perceber se há relação entre estes actos de vandalismo.

A PJ está também a analisar as gravações dos circuitos de videovigilâncias das duas dependências bancárias atingidas em Braga. Os autores do crime entraram no hall das caixas ATM das duas agências onde deixaram dois pneus em chamas, tendo presumivelmente sido filmados pelas câmaras de vigilância.

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