Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo

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França é a nação que concentra mais portugueses Miguel Madeira (arquivo)

Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo, sendo França a nação que concentra mais portugueses e Santa Lúcia ou ilhas Maurícias os Estados que registam menos emigrantes, revelam dados do Observatório da Emigração.

Segundo os primeiros dados disponíveis no site do Observatório da Emigração (www.observatorioemigracao.secomunidades.pt) que hoje foram disponibilizados online, residem em França 567 mil portugueses nascidos em Portugal, enquanto em países como Santa Lúcia ou ilhas Maurícias existem menos de 50 emigrantes portugueses.

Os dados do Observatório da Emigração, que nesta fase não reflectem ainda a realidade dos luso-decendentes, revelam ainda que os destinos da emigração portuguesa que mais cresceram nos últimos anos foram Espanha, Reino Unido e Angola. Em Espanha, o número de emigrantes portugueses quase duplicou passando de 71 mil em 2004 para 136 mil em 2008, enquanto no Reino Unido passou de 68 mil para 77 mil e em Angola de 17 mil em 2006 para 23 mil em 2008.

Um movimento traduzido também no crescimento das remessas de dinheiro para Portugal, que no caso de Angola subiram na ordem dos 40 por cento, de 20 mil euros para 70 mil euros em dois anos. Nesta primeira fase, o Observatório da Emigração reúne dados recolhidos junto dos organismos de estatística nos vários países, com as inscrições consulares e dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), numa tentativa de quantificar o número de emigrantes portugueses no mundo.

O site disponibiliza ainda informação sobre associações portuguesas no estrangeiro, uma base de dados dos estudos sobre emigração portuguesa e, mensalmente, uma entrevista com um investigador com trabalho nesta área.

"A página entrou online com informação sobre os 140 países onde há portugueses. A prioridade foi organizar este instrumento e através dele identificar esta rede de representação de Portugal no mundo por via dos seus emigrantes e depois de termos esta rede disponível avançar para um trabalho mais sistematizado de estudo e caracterização da comunidade", disse o secretário de Estado das Comunidades durante o lançamento do site.

António Braga adiantou que com os dados disponíveis não é ainda possível validar a estimativa de 4,5 ou 5 milhões de portugueses tradicionalmente apontada por entidades oficias de especialistas na área da emigração, sublinhado que falta "identificar a zona de penumbra" que constituem os luso-descendentes.

"O número global dos portugueses lá fora tem que levar em linha de conta a perspectiva dos nascidos em Portugal mas temos que somar ainda os que já nasceram lá fora e cujo apuramento é mais difícil, uma vez que se confundem com as nacionalidades", justificou.

Analisando os dados, António Braga destacou a disparidade entre os números apontados para a África do Sul e os apurados pelo Observatório. "Na África do Sul são menos do que achávamos. A disparidade é muito grande. Falava-se em 500 mil ou 600 mil emigrantes e, segundo estes dados, na melhor das projecções são 200 mil", disse.

O Observatório da Emigração resulta de uma parceria entre a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

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