Novo telemóvel de topo da Nokia está mais próximo de um computador

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O N900 tem um sistema operativo que o aproxima de um computador

A Nokia lidera o mercado dos smartphones (telemóveis sofisticados, onde se incluem o Nokia N97, o iPhone e os BlackBerry), mas isso não significa que os tempos estejam fáceis para a fabricante finlandesa. Com concorrência cerrada, a marca tem tentado jogar trunfos na mesa. Em Junho foi lançado o topo de gama Nokia N97. Agora, a empresa anunciou o N900, com um sistema operativo Linux – e dá mais um passo para um misto de telemóvel e computador.

O N900 terá instalado o sistema Maemo, um sistema de código-fonte aberto, desenvolvido pela própria Nokia com base em Linux. Até aqui, os telemóveis deste segmento eram equipados com o sistema Symbian – que, por força da popularidade dos telemóveis finlandeses, é o líder de mercado.

O novo telemóvel, que será apresentado já no início de Setembro, deverá chegar ao mercado em Outubro, a um preço a rondar os 500 euros (sem IVA). As características estão em linha com o que é típico nestes aparelhos: ecrã táctil de 3,5 polegadas, câmara de cinco megapixels e 32Gb de espaço de armazenamento.

Tal como outros modelos Nokia, o N900 terá um teclado físico que desliza a partir da parte de baixo do aparelho (o iPhone, por exemplo, tem apenas um teclado digital).

Uma das vantagens do sistema Maemo é permitir o uso de várias aplicações ao mesmo tempo, podendo o utilizador passar de uma para a outra, sem ter de as fechar, tal como faria num computador.

Este sistema já tinha sido usado em outros aparelhos da marca, a que a Nokia chama Internet tablets – uma espécie de computadores de bolso, que não permitem fazer chamadas (a não ser que se use um sistema como o Skype). O N900 segue a linha destes tablets, mas acrescentando-lhe as funcionalidades de um telemóvel.

Trazer o Maemo para os smartphones pode ajudar também a impulsionar o negócio de aplicações móveis (pequenos programas para smartphones, que permitem executar muitos tipos de tarefas). A Nokia inaugurou uma loja de aplicações em Maio deste ano, depois do grande sucesso da loja de aplicações para o iPhone ter feito com que toda a indústria se lançasse no negócio.

A empresa sublinhou que não pretende descartar o Symbian e que os dois sistemas vão co-existir. Manter dois sistemas separados, contudo, significa que quem quiser desenvolver aplicações para Nokia terá o trabalho acrescido de as desenvolver para dois sistemas, caso pretenda que as aplicações funcionem em todos os modelos de topo.

Um dos vice-presidentes da empresa, Anssi Vanjoki, garantiu ao jornal Wall Street Journal que o N900 não foi desenhado especificamente para competir para o telemóvel da Apple: “Isto já estava em andamento e num ritmo bem planeado muito antes de haver qualquer sinal de um iPhone”.

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