Lisboa: Bairro Azul contesta eliminação de estacionamento em antigo baldio para ciclovias

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O corredor verde da cidade deverá ligar Monsanto ao Parque Eduardo VII PÚBLICO (arquivo)

Trabalhadores e frequentadores do Bairro Azul (Lisboa) contestam a transformação de um terreno que servia para estacionamento de "algumas centenas" de automóveis e onde serão construídas ciclovias, mas, segundo a autarquia, os moradores estão satisfeitos com a obra.

Área de grande concentração de serviços e habitação, o Bairro Azul vai estar ligado ao Parque Florestal de Monsanto por redes pedonais e cicláveis já no próximo mês, integrando o denominado corredor verde da cidade, entre Monsanto e o Parque Eduardo VII.

No entanto, e embora a autarquia defenda as vantagens ambientais e para a saúde, as opiniões sobre o projecto divergem, sobretudo pelas mudanças impostas no dia-a-dia de quem frequenta a zona.

"Estamos a falar de algumas centenas de carros, entre 400 a 500. Este estacionamento fazia uma grande diferença", disse um funcionário de um banco na Rua da Mesquita, apesar de alguns lugares pagos estarem disponíveis.

"Isto é em Agosto, quando abrirem as escolas e as faculdades vai ser muito pior. Quem é que vai utilizar essa nova via? Lixam-se 400 ou 500 pessoas por causa de cinco ou sete, não faz sentido", acrescentou um colega.

Para estes trabalhadores, a Câmara dever-se-ia ter preocupado mais com as famílias, até porque consideram que os transportes públicos têm várias falhas: "Do metro ainda se anda um bocado, sem abrigos, e o sistema de autocarros simplesmente é de péssima qualidade".

Contactado pela Lusa, o vereador do Espaço Público e Ambiente da autarquia, José Sá Fernandes, sublinhou que o terreno era um baldio onde o estacionamento era "clandestino". "Os moradores têm dito que estão satisfeitos e contentes com o corredor verde. Quem parava ali eram os funcionários dos bancos, que têm garagem", disse.

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