Morreu John Hughes, realizador de O Clube

a Quem foi adolescente nos anos 80 não passou certamente indiferente por The Breakfast Club (O Clube), realizado em 1985 pelo norte-americano John Hughes, a história de cinco adolescentes de diferentes "tribos" que passam um dia de detenção na escola e descobrem que são mais parecidos do que imaginavam. Por isso, ao noticiar a morte de Hughes, na quinta-feira, aos 59 anos, vítima de ataque cardíaco, talvez faça mais sentido falar desse filme do que de Sozinho em Casa (1990), o grande sucesso que Hughes escreveu e produziu e que acabou por o consagrar na década seguinte. O agente de Hughes anunciou que o argumentista, realizador e produtor morreu subitamente durante um passeio em Manhattan, onde se encontrava de visita à família. Na última década Hughes praticamente deixara de aparecer em público, tendo-se mudado para o Wisconsin para se dedicar à agricultura, embora continuando a escrever esporadicamente.
Mas, mesmo antes disso, foi sempre uma figura reservada, dando poucas entrevistas, quer no período em que trabalhou sobretudo como realizador - Sixteen Candles (Dezasseis Primaveras, 1984), seguido por Breakfast Club, Weird Science (Que Loucura de Mulher, 1985), Ferris Bueller's Day Off (O Rei dos Gazeteiros, 1986), Planes, Trains & Automobiles (Antes só que mal Acompanhado, 1987), She's Having a Baby (1988), Uncle Buck (O Meu Tio Solteiro, 1989) e Curly Sue (A Pequena Endiabrada, 1991) - como depois, já nos anos 1990, em que se dedicou sobretudo à produção.
São dessa altura o megassucesso Sozinho em Casa, com Macaulay Culkin (um êxito de bilheteira, que atingiu perto de 500 milhões de dólares), e, um sucesso em menor escala, Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova Iorque (1992).
O antigo publicitário, nascido em Fevereiro de 1950 no Michigan, começou a sua carreira escrevendo textos de humor para a revista National Lampoon. À Interview confessou uma vez que o seu estilo inicial era "uma espécie de cópia barata, suburbana e presbiteriana de Woody Allen", e que durante algum tempo se sentiu perdido. "Sentia que não tinha direito de estar a fazer humor, porque não havia nada realmente engraçado em mim."
Mas foi por ser mais próximo da realidade e por se afastar do estilo de comédias como Porky's (também da década de 1980) que O Clube conseguiu criar um culto à sua volta.
Casado desde 1970 com a namorada de liceu, Nancy Ludwig, Hughes tinha dois filhos, John Hughes III e James Hughes, e quatro netos.

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