Morreu Rui Cartaxana, antigo director do "Record"

Foto
Record

Com um percurso longo no jornalismo, começou a carreira em Moçambique, onde nasceu em 1929. Primeiro no "Diário de Moçambique", depois no "Notícias", de Lourenço Marques (actual Maputo), e mais tarde na revista "Tempo". Regressou a Portugal em 1973, começando por trabalhar no jornal "O Século". Foi ainda chefe de redacção na "Acção Socialista" e sub-chefe de redacção do "Diário Popular". Em 1984, seguiu-se o "Record", onde “teve toda a importância porque entrou num período em que o jornal estava completamente moribundo”, conta Luís Óscar, que fez parte da equipa de Rui Cartaxana e é hoje editor-chefe do jornal.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Com um percurso longo no jornalismo, começou a carreira em Moçambique, onde nasceu em 1929. Primeiro no "Diário de Moçambique", depois no "Notícias", de Lourenço Marques (actual Maputo), e mais tarde na revista "Tempo". Regressou a Portugal em 1973, começando por trabalhar no jornal "O Século". Foi ainda chefe de redacção na "Acção Socialista" e sub-chefe de redacção do "Diário Popular". Em 1984, seguiu-se o "Record", onde “teve toda a importância porque entrou num período em que o jornal estava completamente moribundo”, conta Luís Óscar, que fez parte da equipa de Rui Cartaxana e é hoje editor-chefe do jornal.

“Foi graças à sua tenacidade que se criaram as condições para a profissionalização da redacção”, diz Luís Óscar. João Marcelino, actual director do "Diário de Notícias", diz que esse é o seu maior legado. “O jornal era um pouco amador antes dele e teve o mérito de apostar em pessoas novas, universitários, e isso ajudou a fazer do Record um caso de sucesso”, diz João Marcelino, que foi chefe-de-redacção no período de Rui Cartaxana, a quem sucedeu como director. João Marcelino recorda “um bom jornalista que soube dar espaço às pessoas em redor”: “Ajudou uma geração de jornalistas a crescer e a fazer um percurso que sem ele não teríamos conseguido fazer.” Pela sua visão, o "Record", acrescenta, foi nessa altura “uma grande escola de jornalismo”.

Com Rui Cartaxana – Prémio “Gazeta” Reportagem de Imprensa em 1984 –, o "Record" passa numa primeira fase a quadrisemanário em Agosto de 1991 e a diário em Março de 1995. “A profissionalização conduziu a essa mudança e a outras, como a modernização. É com ele que se dá a viragem. O "Record", antes dele, estava condenado a morrer”, garante Luís Óscar.

De acordo com o site do jornal, Cartaxana foi o primeiro director a ultrapassar a barreira dos 100 mil exemplares de tiragem por edição, levando o Record a fechar pela primeira vez um ano (1996) com uma média de vendas superior a 100 mil exemplares (100.485/dia). Foi ainda sob a direcção de Cartaxana que começou a fazer frente ao domínio de "A Bola". Vítor Serpa, director deste jornal fala de um homem que “sempre foi um jornalista de jornais generalistas” e “ajudou a crescer um jornal que era lido por uma pequena minoria”.

Apesar da rivalidade entre "Record" e "A Bola", Vítor Serpa diz que sempre tiveram “uma relação institucional correcta”: “Estivemos juntos, inclusivamente, na defesa da liberdade de expressão nos jornais desportivos. Fomos à Procuradoria apresentar protesto sobre situações que nessa altura, como agora acontece, nos afectavam.”

O funeral realiza-se no domingo (11h) no cemitério dos Olivais.

Notícia actualizada às 20h39