Jardim diz ter quebrado o tabu sobre proibição do comunismo

Alberto João Jardim acusou hoje a República de “agressão terrorista” e o PS, “organização siciliana”, de utilizar a lei das finanças regionais como “terrorismo financeiro do Estado” contra a região.

No longo discurso de duas horas, proferido na abertura do debate de uma resolução sobre a revisão constitucional, Jardim assumiu o papel de verdadeiro Presidente da Região, cargo que o projecto propõe atribuindo-lhe poderes de promulgação das suas próprias leis. O chefe do governo defendeu a iniciativa do PSD regional. Sem ser deputado, propôs alterações e deu indicação de voto à comissão. Jardim incumbiu ainda o presidente do parlamento de remeter a resolução, idêntica à aprovada em Maio de 2003, aos órgãos de soberania.

Com o aviso de que “se o PCP e BE continuam a ter 20 por cento, quando nos outros países da Europa os comunistas são duas ou três peças de museu, quem for primeiro-ministro perde o controlo da rua e das empresas”, assumiu ter “quebrado o tabu” sobre a proibição do comunismo com um objectivo: “Estou-me a rir, porque agora estão todos a falar de revisão constitucional”, confessou. A propósito, repetiu: “Sou como uma velha meretriz, já perdi a vergonha”.

Jardim preconizou ainda a extinção do “anedótico” Tribunal Constitucional, como “castigo” pelo “abuso de poder” e “visão restritiva da autonomia” e, em defesa do reforço dos poderes legislativos regionais, preconizou a blindagem do estatuto madeirense.

Aos partidos ausentes (PS, PCP, BE e PND) em protesto pela sistemática ausência de Jardim a debates sobre a crise regional, o governante chamou “marginais da autonomia”.

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