Ucrânia: Envenenamento de Iouschenko não foi crime

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Victor Iouschenko Konstantin Chernichkin/Reuters

A comissão de inquérito parlamentar responsável pelo caso de envenenamento do Presidente ucraniano, Victor Iouschenko, em 2004, concluiu hoje que não existem provas de que tenha sido um acto criminoso.

“Se não existem provas de que o envenenamento foi intencional, como pode ser considerado um crime?”, apontou Volodimir Sivkovitch, presidente da comissão parlamentar e deputado do Partido das Regiões, pró-russo e adversário de Iouschenko, um pró-ocidental.

“Ou se trata de um envenenamento acidental ou de uma doença. São apenas suposições”, acrescentou Sivkovitch, “Não nego que se trata de envenenamento, mas não foi um crime”.

O presidente da comissão afirma que a decisão foi tomada após ter tido conhecimento das informações apuradas pelo Ministério Público, que continua a investigar este caso.

Iouschenko era candidato à presidência quando foi envenenado em 2004, enfrentando Viktor Ianoukovisch, o candidato apoiado por Moscovo. Os primeiros sinais de doença surgiram a 6 de Setembro de 2004. O candidato pró-ocidental ficou com o rosto desfigurado depois de ter sido envenenado com dioxina.

Ianoukovisch foi declarado vencedor das eleições à segunda volta, a 21 de Novembro. Mas o resultado foi contestado nas ruas, por haver suspeitas de fraude eleitoral. O Supremo Tribunal anulou a votação e Iouschenko foi eleito Presidente a 26 de Dezembro.

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