Morreu o maestro José Calvário

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José Calvário DR

O maestro e compositor José Calvário morreu hoje, aos 58 anos, em Oeiras. José Calvário sofreu um enfarte em Novembro de 2008 e encontrava-se desde então em estado vegetativo. Depois de ter estado internado em vários hospitais, ficou alojado numa unidade de cuidados continuados em Oeiras.

O cantautor Fernando Tordo considerou Calvário "um músico de eleição, um grande talento, um grande orquestrador e excelente compositor", cuja morte é de "lamentar profundamente".
Ouvido pela agência Lusa, Tordo lembrou ter gravado vários discos com o maestro, entre os quais "Adeus, tristeza" (o primeiro), "O Menino Ary dos Santos" e "Só ficou amor por ti", os três gravados em Londres, nos estudios da Abbey Road.

Para Tordo, tratava-se de um "músico português conceituado, como qualquer grande 'craque' dos Estados Unidos, da China ou do Japão, em Inglaterra e, muito especialmente, nos estúdios da Abbey Road, os mais famosos do mundo".

Já Carlos do Carmo, que não privou com José Calvário, considera-o "um músico talentoso" cujo trabalho "é completamente actual".

"As orquestrações de José Calvário para as duas canções de José Luís Tinoco que interpretei no Festival da Canção da RTP de 1976 são completamente actuais, ele era um músico à frente do seu tempo", declarou o cantor.
No Festival da Canção da RTP de 1976, Carlos do Carmo cantou duas canções de José Luís Tinoco: "No teu poema" e "Os lobos e ninguém", com orquestrações de José Calvário.

"Duas orquestrações notáveis para duas canções igualmente notáveis", comentou o cantor. "Quando as ouvimos, sentimos que as orquestrações são completamente actuais", comentou Carlos do Carmo, que não voltou a trabalhar com José Calvário. "Trabalhei sobretudo com o Thilo Krassman, depois com o Bernardo Sassetti, e não aconteceu outra oportunidade de trabalhar com ele".

Mas os dias de gravação para o disco que veio a chamar-se "Uma Flor de Verde Pinho", do título da canção que venceu o Festival da Canção de 1976, foram de um "convívio muito agradável". Nesse ano, todas as canções do Festival foram interpretadas por Carlos do Carmo, com diferentes autores para as letras e as músicas.

Calvário deixa viúva e dois filhos, um dos quais menor.

Notícia actualizada às 19h17
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