Matosinhos quer metro enterrado em Brito Capelo e junto ao ISCAP

Presidente da câmara acredita
que a empresa Metro do Porto
vai adoptar sugestão relativa
à Linha Ocidental

a A Câmara de Matosinhos votou ontem favoravelmente, e por unanimidade, uma proposta de enterramento de dois troços que fazem parte de duas futuras linhas da Metro do Porto a construir no concelho - uma na Rua Brito Capelo e outra, na Linha da Senhora da Hora, entre a Avenida Xanana Gusmão e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP). Estes dois enterramentos não estavam previstos no estudo prévio, no primeiro caso, e no projecto, no segundo caso, da Metro do Porto. O facto de a maioria PS na Câmara de Matosinhos e a oposição PSD, CDS e CDU terem decidido, por unanimidade, propor aquelas soluções à empresa do metropolitano levou Guilherme Pinto, presidente da autarquia, a falar de "momentos históricos" na vida do município, nas declarações que prestou aos jornalistas no final da reunião do executivo que decorreu à porta fechada.
O estudo prévio da Metro do Porto aponta para uma passagem à superfície na Rua Brito Capelo, entre a Estrada da Circunvalação e a Avenida da República, na continuação da designada Linha Ocidental. No entanto, tratando-se de um estudo prévio, ele poderá ser alterado mediante os contributos que a Câmara de Matosinhos entenda pertinentes. E o que a autarquia defende é o enterramento da linha na Rua Brito Capelo.
Entre os argumentos avançados pela câmara conta-se, desde logo, a eliminação dos constrangimentos que resultariam da ocupação desta artéria pelo metro, nomeadamente ao nível dos acessos aos edifícios. A autarquia defende ainda que o enterramento irá permitir preservar a memória da Brito Capelo como "porta de entrada" em Matosinhos, evitando, por exemplo, que o acesso por automóvel fosse desviado para a Rua Roberto Ivens ou que a Avenida Norton de Matos tivesse que receber dois sentidos em boa parte da sua extensão.
Guilherme Pinto adiantou que este enterramento na Rua Brito Capelo, apesar de só ontem ter sido votado pelo executivo camarário, já está a ser estudado pela Metro do Porto. E o autarca acredita num desfecho favorável às pretensões do município. "Tenho muito confiança no teor da decisão", afirmou.
Quanto à linha entre a estação da Fonte do Cuco, na Senhora da Hora, e o Hospital de São João, no Porto, o projecto que a Metro se encontra a elaborar prevê quatro estações enterradas - Elaine Sanceau, Pedra Verde, São Mamede de Infesta e Hospital de São João II - e outras tantas à superfície: Fonte do Cuco, S. Gens, Xanana Gusmão e ISCAP.
O que a câmara ontem aprovou foi a proposta de enterramento entre a Avenida Xanana Gusmão e o ISCAP. Neste caso, Guilherme Pinto adianta existir "um acordo" entre a autarquia e a Metro do Porto. O presidente da câmara definiu ainda a construção desta linha como "uma das principais conquistas deste mandato". Por sugestão do vereador da CDU, Honório Novo, foi aprovada a divulgação pública das opções urbanísticas a adoptar neste traçado.
A Câmara da Maia pretende que o Governo faça algumas adaptações ao projecto de reactivação do transporte de passageiros no Ramal de Leixões que, ao entrar no concelho da Maia através da freguesia de Pedrouços, no lugar das Arroteias, se aproxima da Linha Amarela do metro. Por isso mesmo, a autarquia entende ser fundamental aproveitar para criar uma ligação comum com um apeadeiro nas Arroteias. Por sua vez, em Águas Santas, defende a edilidade, seria fundamental criar a estação do Meilão e recuperar o apeadeiro do Lidador, "oferecendo um transporte público alternativo em zonas onde vivem largas dezenas de milhares de pessoas".

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