Singularidades

Está muito longe de ser uma surpresaque Manoel de Oliveira, quer filmeAgustina Bessa-Luís, Luis Buñuel ouEça de Queiroz, acabe por fazerapenas Manoel de Oliveira - essa"marca de autor", somada ao seuestilo fílmico literalmente "do séculopassado", é aquilo que o torna numadas mais extraordináriassingularidades contemporâneas docinema mundial. Por esta altura,aliás, era até capaz de ser maispragmático admitir que Oliveira, pormuito que se tenha tornado numaespécie de embaixador do cinemaluso, o seja menos por ter a ver com omoderno cinema português do quepor ter a ver com uma visão docinema de autor não-anglófonocristalizada pela exegese críticafrancesa da escola "Cahiers duCinéma". Dito isto, estas"Singularidades" Queirosianas viram,nas mãos do centenário realizador,uma pequena miniatura Oliveirianaque não adianta nem atrasa nada àsua obra, um fugaz divertimento desalão, "intermezzo" levezinho quedificilmente conquistará novosadeptos, provavelmente saberá apouco aos conhecedores econfirmará a opinião doscontestatários. E quem vier à esperade Eça apenas encontrará encontrará Oliveira -quem vos avisa...

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