Arquitecta Cristina Salvador é a vencedora do 4º Prémio Fernando Távora

O projecto de uma viagem ao deserto do Namibe, entre Angola e a Namíbia, valeu à arquitecta Cristina Salvador o 4º Prémio Fernando Távora, que hoje à noite foi anunciado e entregue numa sessão na Câmara Municipal de Matosinhos.

O projecto de uma viagem ao deserto do Namibe, entre Angola e a Namíbia, valeu à arquitecta Cristina Salvador o 4º Prémio Fernando Távora, que hoje à noite foi anunciado e entregue numa sessão na Câmara Municipal de Matosinhos.

Com a sua viagem, a arquitecta propõe-se estudar “o encontro e as trocas entre comerciantes e pastores” e “a troca de pesquisas antropológicas, económicas e espaciais” naquele território, que é considerado o deserto mais antigo do mundo. O projecto convenceu o júri do prémio, que decidiu por unanimidade atribuir à sua autora a bolsa de cinco mil euros destinada à realização da referida viagem, de que Cristina Salvador apresentará depois o “diário” numa conferência a proferir em Matosinhos, a 5 de Outubro, Dia Mundial da Arquitectura.

O júri foi presidido pela artista plástica Helena Almeida, e incluiu também os arquitectos João Luís Carrilho da Graça, Sérgio Fernandez e Ana Maio (esta em representação da Ordem dos Arquitectos/Secção Regional do Norte, que promove o prémio) e o escritor e professor Arnaldo Saraiva. Os jurados consideraram o projecto “Diário do Deserto – Namibe 2009” o melhor dos trinta que lhes foram submetidos, o número de concorrentes mais elevado desde que o prémio foi instituído, em 2006. O trabalho de Cristina Salvador foi entendido como o que melhor corresponde “aos objectivos do Prémio e à própria ideia de viagem defendida por Fernando Távora”, mas nele foi também elogiada “a qualidade e clareza” da escrita.

Cristina Salvador, nascida em 1947, diplomou-se em 1971 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Conhece a realidade de Angola, já que, entre 1998 e 2000, trabalhou em Luanda (e em Maputo) como bolseira do Programa Praxis 21, da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Desde essa data, fez investigação em arquitectura e urbanismo na África subsariana. E realizou, ou coordenou, vários projectos de planeamento e arquitectura em Angola e na República do Congo.

Na sua carreira profissional de arquitecta, iniciada no final da década de 1960, Cristina Salvador trabalhou com os arquitectos Manuel Tainha e Rafael Botelho, e ainda, em Angola, com Vasco Vieira da Costa. A premiada é autora de vários trabalhos e livros sobre a realidade arquitectónica mas também antropológica, social e política de vários países africanos de expressão portuguesa.

Nas edições anteriores, o Prémio Távora distinguiu os arquitectos Nélson Mota, Sílvia Benedito e Maria Moita.

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