Wolverine

É um desperdício de talento para Jackman, Liev Schreiber e Danny Huston, que são todos francamente melhores que isto.

Descoberta que está a "fórmula" para fazer "reboot" a franchises gastos ou que embateram em becos sem saída, "X-Men Origens: Wolverine" funciona ao mesmo tempo como convenção e subversão: pega no franchise dos X-Men da Marvel e faz grande plano para o líder evidente, o misterioso Wolverine, ao mesmo tempo que, numa "prequela" aos acontecimentos dos três filmes centrais, conta a origem da personagem, respondendo a uma série de dúvidas e perguntas que haviam ficado no ar.


Obviamente, não é por acaso que este "Wolverine" responde também aos desejos de Hugh Jackman de ter o seu "filme a solo" - o actor australiano é, aliás, um dos produtores - e que quer prolongar a seriedade que os filmes originais de Bryan Singer trouxeram à cultura "pulp/pop" da BD. O problema é que as ambições mitológicas do guião, com o confronto fraternal entre Logan/Wolverine e o seu irmão Victor a propulsionarem a intriga como verso e reverso da medalha (ou, se quisermos, Bem e Mal), nunca são sustentadas por um filme que nunca pára o suficiente para as justificar nem injecta um mínimo de convicção ou frescura nos lugares-comuns em que aposta abertamente. "Wolverine" deixa-se ver enquanto aventura de super-herói, mas também não traz nenhum motivo de interesse para ir ao cinema em vez de esperar pela passagem na televisão ao domingo à tarde. E convenha-se que é um desperdício de talento para Jackman, Liev Schreiber e Danny Huston, que são todos francamente melhores que isto.

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