O último visitante a triunfar

O Rio Ave é o pior visitante do campeonato. Mas agora é um bocadinho melhor. O clube de Vila do Conde foi o que demorou mais a triunfar no estádio de um adversário, terminando o jejum à 26.ª jornada. Contra a Naval, Yazalde foi o herói da equipa, que só no 13.º jogo fora regressou a casa com os três pontos. Foi o quinto ponto em 39 possíveis do Rio Ave como visitante. Niquinha e Fábio Coentrão marcaram os outros golos dos vila-condenses conseguidos longe do seu estádio. Depois do Rio Ave, a Académica e o Vitória de Setúbal são as equipas com menos pontos conquistados: sete. Estes três clubes, o Belenenses e o Estrela da Amadora têm apenas uma vitória como visitantes. No extremo oposto está o FC Porto, o que mais aproveita as deslocações para pontuar. O campeão fez 32 pontos em 39 possíveis (acumula dez vitórias, nove delas seguidas, dois empates e uma derrota). Sporting (28), Benfica (25), Nacional (23) e Leixões (21) completam o top 5 de pontos obtidos fora.

O Lisandro López goleador no campeonato regressou quando o FC Porto mais precisa

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Lisandro leva oito golos na Liga 2008/09 Miguel Vidal/Reuters (Arquivo)

Esta era, falando de golos, a pior época de Lisandro López no campeonato português. Era. O argentino foi eleito o melhor do FC Porto-Vitória de Setúbal pelos espectadores presentes anteontem no Estádio do Dragão. A votação não foi nenhum quebra-cabeças. O campeão ganhou 2-0 e Lisandro marcou os dois golos, resolvendo um encontro em que estava a sobrar vontade aos portistas, mas faltava o governo de Lucho González.

Em 2005/06 e 2006/07 marcou sete golos na Liga, em 2007/08 "explodiu" até aos 24, quase um por jogo. Os marcados a Pawel Kieszek foram o 7.º e o 8.º nesta temporada. Foi o primeiro jogo da Liga 2008/09 em que fez dois golos - na época passada festejou a dobrar sete vezes - e também o primeiro em que foi o único marcador da equipa. Para o FC Porto, a versão excelente de Lisandro reapareceu na melhor altura. Até aqui, Lucho e Hulk (e Rodríguez e Farías) responsabilizaram-se por grande parte da carga goleadora, mas, com os dois na bancada até ao fim do campeonato, a equipa precisava que Lisandro desse "um pé" (direito) em frente.

Ainda assim, convém realçar que o jogador nascido em Rafael Obligado há 26 anos está a fazer uma época importante. Continua a ser o primeiro defesa - e às vezes, simultaneamente, o segundo e o terceiro -, continua a correr e a desestabilizar o adversário, continua a criar perigo. E até é o portista que mais assiste os seus colegas, oferecendo já sete golos nesta Liga. Mas, agora, o que o FC Porto precisava mesmo é que regressasse à eficácia de remate da época passada - ou à da actual, mas na Liga dos Campeões.

Depois de nove jornadas seguidas sem marcar - pior só as dez na temporada de estreia em Portugal -, o internacional argentino fez três golos nas duas últimas: concretizou a grande penalidade que ele próprio sofreu com a Académica (3-0), criou espaço onde não havia espaço na grande jogada que inaugurou o marcador frente ao Setúbal e respondeu depois da melhor maneira ao passe de Mariano.

O "peso" de Lisandro tem sido muito maior na Europa. Marcou seis dos 13 golos que o FC Porto fez na Liga dos Campeões, quase suficientes, só por si, para abater os 6,8 milhões de euros que o clube gastou na compra do seu passe - 2,35 milhões por 50 por cento em Abril de 2005, mais 4,429 milhões em Janeiro de 2008 pela outra metade, garantida depois de somar 13 golos nas primeiras 16 jornadas do campeonato.

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