Salazar "sobrevive" na toponímia nacional em 20 localidades portuguesas

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Nenhuma capital de distrito mantém o nome de Salazar na toponímia Adriano Miranda

O nome do antigo presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo, Oliveira Salazar, sobrevive pelo País na toponímia de cerca de 20 localidades, maioritariamente no Norte e Centro, mas fora das capitais de distrito.

O distrito de Viseu, de onde o antigo ditador era natural, recolhe a maioria das designações, em três avenidas de Santa Comba Dão - concelho onde nasceu, na localidade de Vimieiro - Armamar e Carregal do Sal. Em Viseu assinala-se ainda uma rua Dr. Oliveira Salazar, na aldeia de Castaínço, Penedono.

No interior do país subsiste, igualmente, nos lugares de Cafede (Castelo Branco) ou Cadafaz (Góis), mantendo-se aqui junto à rua Combatentes do Ultramar.

Se a seguir à revolução de 1974 o nome de Salazar foi "banido" de inúmeros espaços e equipamentos nacionais - da actual Ponte 25 de Abril, a avenidas de Leiria e da Figueira da Foz, ou de uma praça em Coruche, hoje da Liberdade, ao Largo São Francisco, em Loulé, entre diversos outros exemplos - há pelo menos uma aldeia, em Santarém, onde subsiste, lado a lado com um dos militares de Abril.

Em Atalaia, a 20 quilómetros a noroeste da capital de distrito, a rua Oliveira Salazar entronca com a Capitão Salgueiro Maia, o comandante da coluna militar que ocupou o Terreiro do Paço e levou à rendição de Marcelo Caetano no quartel do Carmo.

Das poucas referências ao antigo ditador existentes no Sul do país, há uma que se destaca, por se situar em pleno Alentejo: em Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira, Oliveira Salazar é nome de praça, de onde parte a rua Marechal Carmona, outra das figuras do Estado Novo.

A referência toponímica ao antigo ditador subsiste, também, no litoral: em Monte Real, Leiria, junto às termas e a caminho da base aérea, a rua Dr. Oliveira Salazar é uma das artérias principais da povoação.

Em Olival, Vila Nova de Gaia, existe a única "alameda" com o nome de Oliveira Salazar, em local de pouca passagem e relativamente desconhecido; já Santo Tirso (Porto) e Murtosa (Aveiro) possuem as únicas ruas "do" antigo presidente do Conselho de Ministros.

O roteiro continua em Ansião ou Santa Cita (Tomar), uma das mais extensas e onde Salazar tem a "companhia" adjacente da rua da Legião Portuguesa, organização paramilitar criada, em 1936, com o Estado Novo e extinta em 1974.

Há, no entanto, pelo menos uma referência a Salazar na toponímia nacional que nada tem a ver com o antigo ditador: em plena serra do Caramulo, na pequena aldeia de Caselho de São João, a meio caminho entre Águeda e Tondela, a placa num casebre de pedra homenageia, isso sim, um antigo morador, iniciativa da população local.

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