Otelo Saraiva de Carvalho promovido a coronel

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Otelo Saraiva de Carvalho vai receber uma indemnização de 49.800 euros PÚBLICO (arquivo)

O Governo aprovou a promoção do tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho a coronel ao abrigo da lei que estipula a reconstituição de carreiras, disse hoje à Lusa fonte do Ministério da Defesa.

"O Governo aprovou a promoção de Otelo Saraiva Carvalho ao abrigo da lei 43/99, que estipula a reconstituição de carreiras cuja progressão foi prejudicada pelo 25 de Abril", referiu a fonte.

O processo da promoção foi "aprovado esta semana, pelos ministérios da Defesa e Finanças", adiantou.

Face a esta promoção, Otelo Saraiva de Carvalho vai receber uma indemnização de cerca de 49.800 euros, em "conformidade com o artigo 4 do Decreto-Lei 197/2000".

A mesma fonte acrescentou que a promoção foi analisada por uma comissão de avaliação constituída para o efeito, que analisou oito casos.

A promoção, avançada hoje pelo "Correio da Manhã", terá de ser publicada em Diário da República.

Otelo Saraiva de Carvalho, 72 anos, foi capitão em Angola entre 1961 a 1963 e na Guiné entre 1970 e 1973.

Foi o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA (Movimento das Forças Armadas) tendo dirigido as operações do 25 de Abril a partir do posto de comando instalado no Quartel da Pontinha.

Chegou a comandante da COPCON (Comando Operacional do Continente) a 23 de Junho de 1975, tendo sido afastado do cargo após o 25 de Novembro de 1975.

Otelo Saraiva de Carvalho foi preso na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro e solto três meses mais tarde, tendo sido candidato às eleições presidenciais de 1976 e às de 1980.

Em 1985, foi preso pelo seu papel na liderança das FP-25 de Abril, e alvo de indulto em 1996, pela Assembleia da República, que amnistiou os presos do caso FP-25, relacionado com terrorismo.

Além de Otelo Saraiva de Carvalho, foram promovidos a coronel os militares Vítor Afonso, César Neto Portugal, José Borges da Costa, Antero Ribeiro da Silva, Ângelo Sousa e Aniceto Afonso, e ainda António Vicente, a sargento-mor. A Comissão de Apreciação do Direito à Reconstituição de Carreira analisou vários casos, mas apenas aprovou a promoção de oito militares, adiantou a fonte.

Notícia actualizada às 13h23
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