Roquette apoia Franco e não quer clube decidido por uma minoria

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Roquette não acredita na oposição ao actual projecto de Franco Carlos Lopes (arquivo)

O antigo presidente do Sporting ainda acredita numa solução Soares Franco e diz que vai estar ao lado do actual líder leonino na importante AG desta noite

Nove anos depois de ter deixado o cargo mais importante do clube de Alvalade, José Roquette interrompeu um longo silêncio devido à “forte preocupação com o futuro do Sporting”. Em entrevista de hoje ao jornal “A Bola”, o antigo presidente do Sporting diz que está ao lado de Soares Franco no plano de reestruturação do clube. “Franco não deixará Sporting num vazio”, afirma.

“É essencial para a sustentabilidade do Sporting e a única maneira do futebol vir a ser desportivamente mais forte”, diz Roquette, que defende o plano do actual líder leonino. “O Sporting não é gerível, pelo menos na actual conjuntura, com o nível de passivo que carrega”, conta.

Roquette defende um projecto que é a sobrevivência do Sporting “como uma instituição, ao mesmo tempo capaz de honrar os seus compromissos e de ter um elevado padrão de competitividade desportiva”, conta. E mostra-se preocupado com o futuro do clube, temendo que a assembleia geral desta noite não aprove a proposta da actual direcção que, segundo o antigo presidente, poderia proporcionar que um universo mais alargado de sportinguistas decidisse sobre um assunto decisivo para o futuro do Sporting.

”Anos da minha desperdiçados”

Um passo atrás pode, sob a óptica de Roquette, levar ao retrocesso e ao vazio de pessoas e de ideias. “Temo que cinco ou seis anos da minha vida, dados ao Sporting, tenham sido desperdiçados”.

Para o neto do fundador do Sporting, José Alvalade, não há alternativas. E responsabiliza a oposição, caso esta consiga inviabilizar um projecto “tão essencial ao futuro do clube”.

Em resposta ao vazio que está em perspectiva na sucessão de Franco, Roquette acredita que o ainda presidente do Sporting será o primeiro a aceitar ser protagonista de uma solução que “impeça que o clube caia no vazio ou na armadilha de um aventureirismo destruidor”.

“Já representou um grave prejuízo patrimonial para o Sporting o facto desta reestruturação não ter sido aprovada há mais tempo”, defende. “Quem vier sentar-se na cadeira de presidente do Sporting vai ter de assumir decisões bem mais difíceis do que as que tomei em 1995”, conta ainda José Roquette.

Frases

“A gestão tem de se impor à mística, mas, numa instituição como o Sporting, o essencial é a sustentabilidade”

“Ser presidente do Sporting é, quanto a mim, mais desgastante do que ser líder político”

“O FC Porto não detém a maioria da sua SAD e já não será o accionista maioritário da Porto SAD. No entanto, há por trás do núcleo duro que detém essa maioria um envolvimento com o clube que retira os riscos que, de outra forma, poderiam surgir”

“Não me parece haver outra possibilidade de reforçar os capitais da SAD que não seja pela via proposta pelo actual Conselho Directivo”

“Encarei sempre as críticas que foram surgindo após a minha saída em 2000 como o resultado de um determinado espírito de saudosismo. Tudo isso tem um contexto de regresso a um passado turbulento que pode ter determinados atractivos, mas no qual eu não me revejo”

“O Sporting em 1995 não era credível e estava financeiramente em situação de ruptura”

Fonte: “A Bola”

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