Portugal junta-se à caça aos piratas no perigoso Golfo de Áden

a A fragata portuguesa Corte-Real juntou-se no combate aos piratas somalis após ter partido do porto de Salalah, em Omã, na quarta--feira, e a tripulação está orgulhosa por participar na primeira operação do género levada a cabo pelo país. "Fomos os primeiros a participar numa missão como esta. E isso será lembrado", disse Ricardo, de 28 anos, operador de comunicações. A fragata opera sob a égide da missão da NATO e é a líder de uma frota de cinco navios internacionais. O capitão do navio, António Alexandre, de 44 anos, não tem dúvidas sobre a importância estratégica da rota comercial que se estende do Golfo de Áden até ao canal do Suez e que liga a Europa à Ásia. "Esta região é uma das mais importantes linhas marítimas de comunicação em todo o mundo", disse. A Corte-Real iniciou a sua missão a escoltar dois cargueiros e um iate por um corredor de segurança na quinta-feira. Todos os navios da área foram convidados a aceitar a escolta, principalmente navios lentos com conveses baixos facilmente capturáveis por piratas armados, disse Alexandre.
Se uma mancha suspeita aparece nos poderosos radares que funcionam 24 horas por dia na sala de operações, o helicóptero é enviado para investigar. E se a embarcação continua com um comportamento suspeito, é enviado um barco insuflável de alta velocidade. Os piratas não conseguem distinguir-se dos pescadores, quase até ao momento em que lançam um ataque. Afundar uma embarcação pesqueira inocente seria um desastre, daí que a Corte-Real tenha de ter certeza absoluta antes de agir.
Mas a missão é perigosa para a tripulação. Os piratas somalis estão fortemente armados e podem lançar granadas de RPG ou disparar com as espingardas de assalto AK-47, enquanto os marinheiros estão expostos no barco insuflável. "Não sabemos qual será a reacção dos piratas", disse o capitão Alexandre. "Quando enviamos um dos nossos [homens], sabemos que ele está protegido mas temos de esperar o inesperado." Os piratas não são o único elemento imprevisível que Alexandre tem de enfrentar. Tem de obedecer a uma série de regulamentos, pois tem de respeitar as regras da NATO, enquanto obedece à legislação portuguesa. Reuters

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