Houve irresponsabilidade em L'Aquila, diz o Presidente italiano

a O Presidente italiano, Giorgio Napolitano, já com 83 anos, lançou ontem uma acusação à classe política e às instituições do seu país, a propósito do terramoto com a magnitude 6,3 na escala de Richter que esta semana matou 281 pessoas na cidade de L'Aquila e nos seus arredores.Há uma "irresponsabilidade difusa" na tragédia de edifícios que deveriam ser anti-sísmicos e que se desmoronaram, esmagando a população, disse o chefe de Estado, ao deslocar-se à região de Abruzzo.
"Ninguém está isento de culpas" e terá de se fazer "um exame de consciência", para se compreender "como é que foi possível que não se tenha feito a activação indispensável das normas de prevenção que estavam traduzidas em leis; ou que se tenha verificado um defeito nos controlos previstos", sublinhou Napolitano, que de 1953 a 1996 foi deputado do Partido Comunista Italiano.
"É preciso tornar seguros os edifícios de nova construção e até mesmo os mais antigos", prosseguiu o Presidente.
Recebeu resposta do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que é do campo político oposto: "Se há responsabilidades, serão certamente apuradas."
O Ministério italiano da Cultura solicitou entretanto apoio internacional para a restauração das igrejas, palácios e outros monumentos danificados, tanto românicos como góticos, barrocos e renascentistas. Instituições públicas e privadas de uma série de países, incluindo a França e a Alemanha, já prometeram ajudar, mas crê-se que vai decorrer um mês ou dois até se conseguir fazer um balanço exacto de todos os estragos. E que o restauro durará anos, consumindo muitos milhões de euros.
Na própria cidade de L'Aquila ou numa comuna que a Protecção Civil considere mais adequada haverá no dia 14 de Abril um concerto de solidariedade, com a participação da orquestra do Teatro Comunal de Bolonha e do tenor Andrea Bocelli, entre outros artistas. A partir de Los Angeles, será então transmitida uma mensagem do cantor lírico e maestro espanhol Plácido Domingo. J.H.

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