O Presidente checo, Vaclav Klaus, nomeou Jan Fischer, de 58 anos, para primeiro-ministro interino da República Checa, depois de o Governo de Mirek Topolanek se ter demitido, em resultado de uma moção de censura aprovada pelo Parlamento a 24 de Março. Antigo director do centro nacional de estatísticas checo, Fischer disse que as suas prioridades serão assegurar todas as funções ligadas à presidência checa da UE e minimizar o impacto da crise económica.

Jan Fischer deverá começar a nomear os ministros do seu Governo na próxima semana e substituirá Topolanek a 9 de Maio. O Governo ainda em funções, de centro-direita, foi duramente contestado pela oposição de esquerda pela forma como respondeu à crise económica que tem afectado o país. Não é a primeira vez que um país enfrenta uma crise política em plena presidência da União Europeia.

Depois de ser nomeado, Fischer disse que “este Governo terá de lidar com a presidência da UE e, dentro das suas capacidades, mitigar o impacte da crise económica”. Trata-se de um Governo interino que ficará à frente dos destinos da República Checa até às próximas eleições, previstas para Outubro.

O Governo interino conta com o apoio do partido de Topolanek e dos social-democratas, na oposição. Uma fonte próxima do Governo ainda em funções disse à AFP que as cimeiras europeias agendadas – UE-China a 20 de Maio em Praga e UE-Rússia a 21 e 22 de Maio na Sibéria – poderão ser dirigidas pelo Presidente checo Vaclav Klaus, um eurocéptico que já por diversas vezes manifestou discordância em relação à UE e que se define como “um dissidente europeu” e se opõe ao Tratado de Lisboa.

A República Checa é, a par da Irlanda, um dos países que não ratificou o tratado, já aprovado pelo Parlamento mas que ainda não foi votado pelo Senado.