João Cordeiro: “A senhora ministra tem de assumir responsabilidades e mudar a lei”

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Para João Cordeiro há interesses envolvidos na polémica em torno dos genéricos Vasco Neto (arquivo)

João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias, acusa o PS de estar a fugir a um compromisso de programa eleitoral não permitindo a prescrição de medicamentos por princípio activo. Sobre a recente decisão das farmácias, de mudarem os medicamentos prescritos para genéricos a pedido do doente, mesmo contra a indicação do médico, João Cordeiro lança o desafio à tutela: “A senhora ministra tem de assumir responsabilidades e mudar a lei”.

Segundo João Cordeiro, antes desta iniciativa ter ocorrido, a ANF terá solicitado ao ao Infarmed uma avaliação sobre a legalidade da matéria, que, no seu entender não estava a ser violada. Não recebeu qualquer resposta, o que entende como um parecer positivo do organismo do medicamento sobre o cumprimento da lei pela ANF nesta matéria.

João Cordeiro, que frisa que em cinco dias a quota de mercado dos genéricos subiu 9,4 por cento nos últimos cinco dias, mais do que o conseguido por qualquer campanha do ministério, lança o desafio a Ana Jorge: “Se a senhora ministra da Saúde identifica alguma ilegalidade a solução é resolvê-la. Não é mais do que assumir um compromisso que está no programa eleitoral deste Governo”.

O responsável da ANF esclarece a questão do envolvimento da própria associação com uma empresa de genéricos, garantindo que a Alliance Healthcare, em causa, tem uma parceria com a ANF no sentido de lançar os seus produtos no nosso mercado. Os medicamentos serão produzidos em Portugal num laboratório que não especificou, que também exportará para a Alliance internacional.

Para João Cordeiro, a única capacidade de decisão que o dente exerce sobre uma prescrição de medicamentos é a de levantar ou não todos os medicamentos prescritos, o que não é, segundo o responsável admissível, e chega mesmo a denunciar “interesses envolvidos”: “A legislação dos genéricos tem sofrido alterações sucessivas, que denotam, claramente, os interesses envolvidos e as contradições do poder político”.

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