Novos aviões C-295 da Força Aérea começam a operar no segundo semestre

Foto
Os novos aviões vão substituir os 24 Aviocar (na imagem) Carlos Lopes (arquivo)

Os primeiros aviões C-295 M comprados por Portugal ao consórcio espanhol EADS para substituir os 24 Aviocar da Força Aérea vão começar a operar no segundo semestre deste ano, disse fonte militar.

As três aeronaves (de 12 encomendadas à EADS) vão ser apresentadas amanhã numa cerimónia com a participação do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Luís Araújo, que assinala também a transferência da esquadra 502, que opera estes aviões, na Base Aérea Nº1, em Sintra, para a Base Aérea Nº6, no Montijo. De acordo com o porta-voz da Força Aérea, António Seabra, os 12 aviões vão custar 460 milhões de euros, pagos com recurso a leasing operacional, e vão ter duas configurações: transporte aéreo táctico (sete aparelhos) e segurança marítima (cinco).

A entrada das três aeronaves na sua actividade operacional depende apenas da conclusão da qualificação das tripulações, que está a ser concluída em Portugal depois de uma passagem dos militares por Espanha. Os novos aparelhos, que vão chegar a Portugal à cadência de um a cada seis meses, aumentam a capacidade de transporte aéreo táctico deste ramo das Forças Armadas já que a versão militar do C-295 tem uma autonomia duas vezes superior à dos Aviocar (cerca de dez horas).

Consoante a missão, o C-295 consegue ainda ser configurado para transportar alternadamente 70 passageiros, 45 pára-quedistas totalmente equipados, 24 macas ou três veículos. Os C-295 vão substituir gradualmente os aparelhos Aviocar, cujo destino final terá de ser agora decidido pelo Governo.

Para além de Espanha, operam o C-295 países com o Brasil, Finlândia, Chile, Polónia, Suíça e Jordânia. A compra dos novos aparelhos foi decidida pelo antigo ministro da Defesa Paulo Portas e posteriormente formalizada pelo seu sucessor na pasta no governo socialista, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa Luís Amado.

Nos termos do contrato de contrapartidas, avaliado em 460 milhões de euros, a EADS (maior fabricante aeronáutico europeu) vai aumentar de um para 30 por cento o peso que detém no consórcio que controla a OGMA. Para mais tarde fica a substituição dos seis aviões Hércules C-130 de transporte estratégico (por aviões europeus A400M, também da EADS, ou aparelhos C-130J, da norte-americana Lockheed Martin).

Em 2006, o então ministro da Defesa Luís Amado justificou o adiamento deste programa sustentando que os C-130 estão ainda em "muito estado" e podem manter-se ao serviço "por mais 15 anos".

Sugerir correcção
Comentar