Líderes europeus encerram Conselho da Primavera

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José Sócrates esteve presente na Cimeira da Primavera Nuno Ferreira Santos/PÚBLICO

Os chefes de Estado e de Governo da UE aproveitaram esta Cimeira tradicionalmente dedicada a assuntos económicos para prosseguir as discussões sobre a crise, a implementação do plano de relançamento da economia europeia e a adopção de uma posição comum na Cimeira do G20, a 2 de Abril em Londres.

Uma das poucas medidas "palpáveis" a sair desta reunião de Bruxelas foi o acordo em torno dos projectos a serem contemplados no pacote de cinco mil milhões de euros de apoios a investimentos no quadro da crise, que contempla para Portugal uma "fatia" de 102 milhões de euros.

Ontem, o primeiro-ministro português José Sócrates afirmou-se satisfeito com o acordo, precisando que cerca de 45 milhões de euros são destinados ao desenvolvimento rural e da banda larga (Internet rápida) e cerca de 56 para projectos na área da energia, com destaque para o reforço das ligações eléctricas entre Portugal e Espanha.

Em "vésperas" da Cimeira do G20, em Londres, os 27 ultimaram também a posição que a Europa irá adoptar nesse encontro, que passará pela defesa de acelerar a reforma do sistema financeiro, responsável pela actual crise.

Criado em 1999, o G20 integra os sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão, Alemanha), as economias emergentes (Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia) e a União Europeia.

O G20 representa 85 por cento da economia mundial e cerca de dois terços da população.

À margem da Cimeira, os dois dias de reuniões dos chefes de Estado e de Governo acabaram por ficar marcadas pela decisão dos líderes do Partido Popular Europeu (PPE) de apresentar a candidatura de José Manuel Durão Barroso a um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia.

A decisão, tomada numa reunião que antecedeu a Cimeira, praticamente garante a continuidade do antigo primeiro-ministro português à frente do executivo comunitário por mais cinco anos, algo já saudado por José Sócrates, que sublinhou o facto de também vários líderes socialistas apoiarem a recondução de Durão Barroso.