Paquistão: líder da oposição desafia detenção domiciliária e junta-se a protesto nas ruas

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Violência regressou ontem a Lahore com motins entre manifestantes e a polícia Faisal Mahmood/Reuters

A situação voltou a agudizar-se hoje depois de ontem, numa aparente tentativa de apaziguar os ânimos, o Governo declarara que ia procurar rever uma decisão do Supremo Tribunal do mês passado que impede o líder da oposição, Nawaz Sharif, e o seu irmão Shahbaz de concorrerem em eleições. Essa decisão e a contestação a exigir a reintegração dos juízes destituídos por razões políticas em 2007 no tempo do general-Presidente Pervez Musharraf, e que o seu sucessor Asif Ali Zardari não reintegrou como prometera, desencadearam a crise actual.

Uma “longa marcha” foi iniciada na semana passada para pedir a reintegração desses, em particular o ex-presidente do Supremo Iftitkhar Chaudhry, e tomou a forma de protesto contra o Governo e o Presidente. O movimento organizado por advogados recebeu o apoio da oposição política liderada por Nawaz Sharif. Seguiu-se uma onda de detenções de opositores que agravou ainda mais a situação.

A ordem de detenção domiciliária a Nawaz Sharif foi dada hoje, e por três dias. Horas depois, Sharif desafiava a decisão, saía de casa e juntava-se ao cortejo que, segundo um responsável dos serviços de informação, juntou na rua de cerca de dez mil pessoas. Seguiram-se motins entre manifestantes e polícias que dispersaram pela força os protestos em Lahore.

“Juntem-se a mim. Deixo a minha casa”, disse Nawaz Sharif, que é líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N). “Chegou a hora de caminharmos juntos. Eles não podem prender-nos”, acrescentou, antes de atravessar a cidade numa viatura escoltada por guardas. Sharif apelou ainda aos seus apoiantes a juntarem-se ao protesto marcado para amanhã em Islamabad.

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