Michael Jackson joga em Londres a sua última oportunidade

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Dez concertos em Julho - que serão os últimos na capital britânica - marcam o regresso e poderão constituir o renascimento ou o fim definitivo do músico

50 anos de idade, dívidas sem fim, um último álbum (Invincible de 2001) que foi um insucesso e a reputação pelas ruas da amargura - apesar de lhe terem sido retiradas as acusações de assédio sexual, num mediático julgamento, concluído em 2005. O que toda a gente se pergunta agora é se Michael Jackson conseguirá atribuir, outra vez, credibilidade à sua carreira. E, já agora, estará o grande público preparado para o seu regresso? Essas, e outras, interrogações poderão ter resposta em Julho, altura em que o outrora denominado "Rei da pop" voltará, mais de uma década depois, a pisar um grande palco para uma série de dez concertos genericamente intitulados "This Is It!".

O primeiro concerto será a 8 de Julho e os bilhetes, que são postos à venda a 13 de Março, custam entre 50 e 70 libras. A notícia foi avançada ontem, através de uma conferência de imprensa, realizada em Londres, na O2 Arena, um espaço em forma de anfi teatro onde se efectuará a série de concertos - uma espécie de Pavilhão Atlântico com lotação para 20 mil pessoas.

Numa curta declaração, Jackson, que surgiu hora e meia depois do previsto, disse que iria apresentar as canções que os admiradores queriam ouvir, terminando a sumária aparição com frases de devoção aos fãs presentes. Vestindo calças e jaqueta pretas com bordados prateados, acenou para os admiradores, ensaiou alguns movimentos e disse que aquelas seriam as suas últimas actuações em Londres. "Vou cantar o que os fãs querem ouvir. Vemo-nos em Julho. Amo-vos, do fundo do coração", lançou, não respondendo às muitas perguntas que ficaram no ar.

Problemas financeiros

Uma delas é se apresentará qualquer material novo. Desde o final do julgamento, em 2005, que se especula sobre a gravação de um novo álbum, mas a verdade é que não existem certezas. A única evidência é que Jackson, que raramente foi visto em público desde o final do julgamento, está a viver problemas financeiros.

A série de concertos agora anunciada é encarada por muitos como uma tentativa de equilibrar as finanças, depois do ano passado ter perdido a posse do icónico rancho Neverland, de leiloar grande parte do seu acervo e de continuar a ser alvo de acções judiciais - anteontem ficou a saber-se que também o realizador de cinema John Landis (que realizou o videoclip de "Thriller") interpôs uma acção em tribunal contra o cantor por incumprimento contratual.

Uma das mais fulgurantes celebridades da cultura pop desde os anos 1970, primeiro com a família, nos Jackson 5 e, depois, a solo, Michael Jackson vendeu 750 milhões de álbuns e "Thriller", de 1982, continua a ser o álbum mais vendido de sempre, com 104 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Apesar dos seus últimos concertos datarem da altura da edição de "Invincible", a última série de espectáculos foi a digressão mundial em torno da antologia "History", entre 1996 e 1997. Em 2006 apresentou-se no World Music Awards, mas apenas para cantar alguns versos da canção "We are the world". Agora regressa para dez concertos que poderão constituir o seu renascimento ou o fim definitivo.

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