Lugar das Alminhas Aqui há nortada, lagartos, algumas cobras

Entre o arvoredo, 57 pessoas abrigadas em tendas de lona ou barracas de ripas
de madeira e lâminas de zinco. Um acampamento de Viana do Castelo visitado
no mês em que a situação dos ciganos em Portugal chega ao Parlamento.

A primeira a fixar-se neste lugar arenoso, ventoso, foi Maria Monteiro. A mulher curvada, ainda carregada de luto, olhos fundos, tristes, tristíssimos, enviuvou em 1978 e quis ficar perto da sepultura do falecido que ainda agora visita "umas três vezes por semana". Enviuvou muito nova. Tinha 31 anos. Os nove filhos cresceram, casaram. Vieram os netos e os bisnetos. E ela aqui, numa tenda de lona assente numa armação de entrelaçados de tronco de pinheiro. Às vezes, de noite, desperta com um rato a atravessá-la.
Em dias de Inverno como este, passa horas sentada num tapete ou numa poltrona, junto à lareira, a tentar não gelar. Hoje, lá dentro, está tudo molhado. A chuva infiltrou-se, apanhou o chão de areia revestido com restos de alcatifas. Vá lá que o vento não reduziu a tenda a destroços, como tantas vezes acontece.
A pergunta está sempre na garganta, pronta a saltar. Até na dos sete rapazes que jogam à bola num campo improvisado a uns metros da tenda da matriarca.
- Vão dar casa?
O Boletim Informativo da Junta de Freguesia de Darque anunciava em Dezembro de 2008 estar "em bom curso a negociação entre a autarquia e os proprietários do terreno para onde se pretende transferir a feira quinzenal". Nem uma palavra sobre o clã.
Gracinda, uma desembaraçada miúda de dez anos, e Patrícia, a prima da mesma idade, viram o Boletim Informativo na mercearia. E desde esse dia aguardam notícias sobre o realojamento. Ainda não sabem que a junta de freguesia só está a negociar um dos 16 hectares. Se lá fossem perguntar, o presidente Joaquim Perre dir-lhes-ia: "Não é uma junta que vai ter dinheiro para o realojamento."
- A pior coisa é não ter quarto de banho. É fazer cocó no monte. Às vezes, não temos rolo e levamos roupa. Limpamos o rabo e deixamos a roupa - graceja a miúda, de cabelos crespos, casaco de napa.
- Nós não temos nada. Se não fosse o rendimento [social de inserção], estávamos mortos! - afiança a prima, cabelos lisos, botas de cano alto sobre as calças de fato de treino.
- Tínhamos de pedir esmola!
Aqui não há casas de banho, chuveiros, sequer retrete. Aqui não há água canalizada, nem electricidade. Aqui há nortada, lagartos, algumas cobras, ocasionais infestações de ratos e muita, muita areia. Aqui, nas dunas, entre pinheiros e eucaliptos, 57 pessoas, 27 das quais menores, abrigadas em tendas de lona ou barracas de ripas de madeira e lâminas de zinco.
Patrícia não exagera.
Dantes andavam à esmola pelas bermas das estradas, vulneráveis ao mau trato, quase todos. Vitória, a mãe de Gracinda, lembra-se de andar por diversas terras do Minho. Ia de camioneta com a irmã, Fernanda, mãe de Patrícia.
- Desde que veio o rendimento não fomos pedir. Eles deram o rendimento para isso, para a gente não ir pedir. Eles disseram que, para dar o rendimento, as crianças tinham de ir à escola. E foi isso que fizemos. Pusemos as crianças na escola. Se elas não vão, eles cortam.
Não podem arriscar.
Quase não há feirantes nesta miséria acantonada no lugar das Alminhas de Viana do Castelo. Alguns homens fazem cestos de vime e mandam as mulheres vender nas ruas de asfalto que rasgam Darque. Só que a cestaria é uma actividade sazonal. Os homens fazem cestos quando há vime perto do acampamento. E isso para que dá? Não dá para a panela da época.
A sobrevivência é assegurada com abonos, pensões de invalidez, rendimentos sociais de inserção. Há perto de dez anos que é assim. Desde que a assistente social Balbina Fernandes foi alertada pelo aparecimento de um bebé prematuro que deu entrada no centro de saúde local.
O bebé nasceu com baixo peso e debilidade mental em Outubro de 1999. Balbina foi à procura dele e encontrou-o roxo, embrulhado nuns trapos sujos, deitado no chão de uma tenda. E o chão da tenda era areia coberta de aparas de pinheiro e de folhas de eucalipto.
A equipa da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo deparou-se com uma comunidade votada ao mais total abandono. Tantas vezes a assistente social aqui andou, pachorrenta, a ensinar a fazer papas, a dar banhos em baldes, a recolher lixos que se acumulavam entre tendas e barracas.
Nem havia água aqui perto. Cada núcleo familiar trazia água dentro de bidões acomodados em carrinhos de mão.
Agora, é diferente. Agora, já não há morador sem médico de família. Agora, as crianças estão todas matriculadas no jardim-de-infância ou na escola: uns na N.º 3 de Cabedelo, outros na EB 2/3 de Carteado Mena.
- Nós faltamos muito! - admite Patrícia.
- Estamos no 3.º a dar matérias de 2.º. Se não, estávamos no 4.º. Faltei um ano seguido! - explica Gracinda.
Gracinda "não gostava de aprender a ler e a escrever". Essa coisa de acordar cedo e de ir aprender a ler e a escrever "dava muito trabalho". Muitas vezes até ia, só que fugia. "Chamava nomes à professora." Dizia-lhe: "Tu és uma gaja!" Uma vez, estava "a brincar com um chapéu" de um colega, houve briga; a professora perdeu o controlo, deu-lhe um estalo.
Já passou.
- Eu e a minha Gracinda já estamos a aprender - gaba-se Patrícia.
- Esta professora é mais boa.
- Ela diz sempre que esta é melhor que a outra - confirma Vitória.

Viana do Castelo reproduz, de certo modo, as assimetrias das cidades maiores. Darque é apontada como uma "freguesia problema". Com uma particularidade: é nela que se insere o Cabedelo, zona de vivendas, próxima do rio Lima, que alberga gente com poder de compra. Há o centro urbano habitado, sobretudo, por quem trabalha na pesca e nos serviços; a zona residencial nova, que se degradou e passou a alojar gente com poucos recursos. Três bairros sociais. E o acampamento, escondido pelo arvoredo, nas costas do Cabedelo.
Na Escola N.º 3 de Cabedelo cruzam-se miúdos das barracas e miúdos das vivendas. Se terminássemos aqui o texto, até poderíamos imaginar um mundo sem preconceito, com jardim e aquecimento central.
Gracinda não deixa:
- Às vezes dizem: "És porca, não tomas banho!" E eu digo: "Sou mais limpa do que tu, que cheiras mal!"
- Têm nojo. Como nós mora aqui, pensam que nós não toma banho, que não lava a cabeça - achega Patrícia.
- Um que se chama Pedro sempre chama nomes muito feios. Não gosta de nós por sermos ciganas.
- É... como é que se diz? Racista!
- Nós vamos fazer chichi e lavamos as mãos. Elas não! Nós fazemos tudo para sermos limpas - torna Gracinda.
- Elas todos os dias tomam banho antes de ir para a escola - atesta Vitória, sem abandonar o seu lugar junto à lareira de latão - Eu faço uma fogueira grande, aqueço água numa panela grande. E elas e o irmão tomam banho em bacias, vestem roupa limpa. Há muita gente que tem quarto de banho, chuveiro e tudo, e não vai limpa como deve ser.
Já não é preciso trazer a água de pontos longínquos em carrinhos de mão. Há quatro anos, a junta de freguesia instalou "uma bica" à entrada do acampamento. Por todo o lado se vêem tanques de cimento e arames estirados e carregados de roupas de muitos tamanhos e de muitas cores.
No Agrupamento de Escolas de Darque, alguns docentes sonham com harmonia étnica construída a partir dos bancos do jardim-de-infância. A perdurar no 1.º, no 2.º, no 3.º ciclos e a alastrar à vida exterior. E garantem observar o inverso a acontecer todos os dias em salas de aula, cantinas, recreios.
Conhecem no Cabedelo quem não queira os filhos na EB 2/3 Carteado Mena e use moradas de escritório na cidade para os matricular na EB 2/3 de Frei Bartolomeu dos Mártires ou recorra a colégios particulares. Não só pelos alunos de etnia cigana. Por haver um clima de "indisciplina latente".
Os miúdos do Lugar das Alminhas ficam de lado. Nem os miúdos de etnia cigana que moram do Bairro 3 de Julho e no Bairro do Fomento os tratam como iguais. Chamam-lhes "galegos".
Ana Isabel, a filha mais velha de Vitória, até anda triste. Na Carteado Mena, os colegas "não são simpáticos". O pior é um rapaz que lhe chama "muitos nomes feios". Felizmente há uma rapariga que é "boazinha", que diz aos outros para a tratarem com respeito.
Ao desaforo tenta "não ligar". Não pode é ignorar o aumento do nível de exigência. A professora primária "só dizia bem" dela. E a doce rapariguita sempre gostou "de ir à escola, de fazer os deveres, de aprender". Agora está no 5.º e sente-se fraquejar.
Teve quatro negativas no primeiro período do ano lectivo: Educação Visual e Tecnológica, Música, Inglês, História.
Até gosta de Educação Visual e Tecnológica. Escreveu dentro da barraca-cozinha da família - e cá fora, na barraca-vizinha - em letra redondinha: "A Ana é uma artista." Só que faltou no dia do teste.
- A senhora da loja disse que era feriado!
- E não pudeste fazer o teste noutro dia?
- A professora disse que não dava!
Chegou agora da escola e daqui a nada já é noite. Queria ter luz eléctrica para estudar. E não ter frio.
- Os senhores da câmara vão dar casa a nós? Isto é uma miséria. Faz muito frio aqui à noite.
Aos sete anos dizia que queria uma casa igual às casas habitadas pelos colegas da Escola do Cabedelo. Tinha de "ter paredes, telhas, portas, janelas, televisão". E era desejável que fosse "cor-de-rosa". Cor-de-rosa era a sua cor favorita. Agora não vai tão longe:
- Quero uma casa com cinco quartos. Um para os meus pais, um para mim, um para cada irmão.
Pouco lhe importa que seja num bairro. Já está como a avó Maria, que daqui se vê a pôr mais lenha na sua fogueira.
- Que façam! Se os outros não querem estar ao pé de nós, que façam um bairro só para nós! Nós somos unidos. Viver aqui é um mau trato.
Já houve duas sinalizações à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Viana do Castelo. A primeira dizia respeito a dois menores negligenciados e resultou em medidas de protecção. A segunda dizia respeito aos quase 30 menores por estarem a viver no acampamento e resultou em nada. Viver num acampamento, por si só, "não é assunto para a comissão de protecção", entende Cláudia Magalhães, presidente daquele organismo extrajudicial.
A freguesia habituou-se a tê-los no acampamento. É quase como se derivasse da sua especificidade étnica. Quando alguém protesta, conta-se-lhe a história da família que foi realojada no Bairro do Fomento e voltou para trás por ter sido rejeitada pelos vizinhos de etnia cigana. Ou lembra-se-lhe que a freguesia já tem três bairros, que ainda há pouco inaugurou um.
Aponta-se estes. Fala-se de outros.
A Subcomissão Parlamentar de Igualdade de Oportunidades e Família vota este mês um relatório sobre a situação dos ciganos em Portugal. Ao longo de seis meses, a deputada Maria Rosário Carneiro ouviu pessoas, visitou comunidades. Ficou "surpreendida por ainda encontrar tanta gente a viver em barracas". Não esperava uma "pobreza tão drástica".

A mãe de Ana Isabel morou sempre aqui. Excepto nos dois ou três anos em que esteve com a família do marido num acampamento de Barcelos.- As mulheres que se casam vão para a família do marido, eu não me dei lá, voltei para cá.
O núcleo familiar foi mudando de sítio dentro deste terreno. Vitória e o marido erguiam uma barraca de lona, ripas de pinheiro, restos de automóveis e outros materiais abandonados, enfiavam-se dentro dela. Tentavam criar algum conforto. A barraca "ficava velha", erguiam outra.
Já está melhor.
- Estive muito tempo a juntar do rendimento [social de inserção]. Tínhamos um bocado de dinheiro, fizemos isto.
Construíram duas barracas com chão de cimento, paredes de madeira por dentro e de zinco por fora. Têm a barraca-cozinha, com lareira, fogão, mesas, armários. E a barraca-dormitório: num lado, as filhas de três, dez e 12 anos; do outro, o casal e o filho de oito.
Numa barraca, panelas reluzentes. Na outra, camas feitas, roupas metodicamente dobradas e dispostas umas sobre as outras, como numa loja. Têm um televisor médio no quarto dos pais. E um muito pequenino que as filhas levam para a cozinha ou para o quarto delas quando os pais estão nas aulas: ligam-no a uma bateria de automóvel para ver a telenovela.
Vitória e o marido andam no ensino recorrente.
- Estou a aprender as primeiras letras. Nunca andei na escola. Estou a começar. Agora custa mais.
Completou 33 anos. É uma das mais novas filhas de Maria. Maria não a deixou ir, como não deixou ir as outras filhas. E ninguém veio ao acampamento buscá-la ou buscar as irmãs. Ainda insistiu. Frente a cada pedido, a mãe calava-a: "Vai lavar a louça."
A maior parte dos adultos está matriculada no ensino recorrente. Não há grande esperança de os ver ganhar autonomia. Mas acredita-se que o trabalho articulado com as crianças e os pais pode "fomentar o interesse pela escola, criar condições e suportes que permitam minimizar factores adversos".
A grande vitória do Agrupamento de Escolas de Darque, muito pelo esforço da educadora Zaida Garcez, foi convencer os pais a deixar os filhos frequentar o infantário. No infantário aprendem a estar na sala, a ouvir, a pedir vez para falar, a interagir com os colegas.
Até há pouco chegavam ao 1.º ano e tinham de aprender o que deviam ter aprendido no infantário ao mesmo tempo que aprendiam letras e números. Muitos desatinavam logo, desapareciam logo. E as passagens administrativas iludem a estatística oficial. Como se vê por Elias, de 18 anos, matriculado no 1.º ano do ensino recorrente, com a mulher, Cristiana, de 15.
- Eu já fiz o 5.º, mas esqueci-me!
A mulher ri-se. Ela vê a atrapalhação que para ele é recordar as primeiras letras. E ele retribui, cúmplice.
- Fiz o 5.º e não fiz. Passava, só que não ia às aulas. Estava no 3.º e passei para o 5.º! Depois, saí da escola.
Têm aulas das 18h30 às 20h30. "Têm" é um modo de dizer. Cristiana está grávida de dois meses. Suspendeu as saídas nocturnas. Já sofreu um aborto, não quer arriscar outro.
Ele tinha 15 e ela 13 quando casaram. Conheciam-se desde pequeninos. O pai de Elias é primo do pai de Cristiana.
O clã mistura-se pouco. Tão pouco que já se notam debilidades próprias da consanguinidade. Como na tenda de Conceição, que tem seis filhos e parece desvairada à volta de uma fogueira.
A filha de Conceição que há dez anos atraiu Balbina Fernandes ao acampamento está internada num lar. O filho de 14, que também já esteve internado, toma banho na escola. É o único a fazê-lo. Não fora isso, andaria com as nádegas e as pernas em chaga.
O miúdo padece de debilidades várias. Tem medo de enfrentar o escuro. De noite, se lhe apetece evacuar, evacua nas calças, no colchão, na tenda. De manhã, nem a mãe tem tino para aquecer água e pô-lo a tomar banho nem ele tem tino para aquecer água e tomar banho.
Hoje não foi à escola. Nem ele nem a irmã, de 13 anos. Deixaram-se estar à lareira.
O vento fustiga a tenda-cozinha, muito aberta, muito rudimentar. Os "alicerces" sentem-se tremer. O rafeiro late. Ao lado, na barraca de paredes de zinco e tecto de lona, quase não há móveis. Apenas colchões sujos, armários parcialmente desmanchados, pedras, lixos, roupas amontoadas ao acaso. Desde a entrada, sente-se a humidade e o bafo fétido.
Conceição será a única que não está preparada para cuidar de uma casa, mas até ela tem a pergunta na garganta:
- Vão dar casa?

Algumas netas de Maria Monteiro casaram, saíram daqui. Os netos engrossam o acampamento. Elias mora ao lado dos pais - na barraca de madeira que antes era deles. A barraca de Elias é um "luxo". Tem um aparador cheio de pratos com motivos religiosos que a mãe de Cristiana lhes ofereceu no "casamento". E um conjunto de sofás castanhos. E um pequeno gerador com o qual conseguem ligar duas lâmpadas e um televisor. Ligam só um bocadinho porque "a gasolina está muito cara". Quando há festas, Elias excede-se: liga um órgão, toca.
Os cêntimos andam contados.
O rapaz recebe 175 euros de rendimento social de inserção. E a rapariga nada. E 175 euros por mês não chega sequer para a conta da mercearia. Devem mais de 500 euros. Quando ela for mãe, já terá 16 anos, já poderá requerer. E eles começarão a amortizar a dívida.
- Se não fosse pelo rendimento, pela senhora que nos dá fiado, estávamos mortos. Quem me dera arranjar trabalho! Há muito... como dizer? Racismo. "São ciganos, são isto, são aquilo." Por isso digo: "Que adianta uma pessoa ir para a escola, fazer cursos disto ou daquilo?"
- Nós queremos uma casa, com água, luz, quarto de banho - interrompe-o a mãe, Celeste, com a filha mais nova ao colo.
Algumas primas de Elias, as pré-adolescentes, parecem decididas a encontrar uma via.
Ana Isabel nem quer ouvir falar em namoros:
- Não sou como as outras! É melhor estudar, arranjar um emprego, ter um futuro. Aqui a vida é muito difícil. Quero ser cabeleireira, ganhar o meu dinheiro, ter a minha vida.
Até tem um espelho grande, redondo, pousado no chão do quarto que divide com as duas irmãs. Gosta de embelezar as outras miúdas do acampamento. Em dia de festa, penteia e maquilha Gracinda e Patrícia e outras primas. E até lhes arranja as unhas das mãos e dos pés.
- Só caso quando fizer cem anos! Os homens são para atirar ao lixo! - anuncia Gracinda.
- Fumam! Eu quero ser solteira, ter muito dinheiro, uma casa para mim e para a minha mãe - reforça Patrícia.
Vitória sorri ao ouvi-las. A prima Cristina, filha da Conceição, também dizia que não queria casar, que queria estudar, trabalhar. E aos 15 anos casou e num instante engravidou. Era uma loura de pele clara, magra, esbelta. E agora é mais larga do que Vitória. Mas quem sabe? Não tiveram de mendigar, como ela. Talvez não tenham de viver do rendimento social de inserção, como ela. a

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