Cajuda foi a Setúbal roubar três pontos e mostrar que Guimarães não adormeceu

a A última semana não foi fácil para Manuel Cajuda, que andava em silêncio ao leme do Vitória de Guimarães e assistiu, nos últimos dias, à partida de um vice-presidente. Indiferente à turbulência, Cajuda foi ao Sado roubar três pontos ao Vitória de Setúbal, na abertura da 16.ª jornada. Nuno Assis apontou três golos, ajudando o técnico a mostrar que a equipa não dorme.Para os visitantes, não poderia ter havido melhor reacção à crise directiva que estalou na nau vimaranense esta semana, depois de Manuel Almeida ter levantado a suspeita que alguém na direcção lhe queria fazer a cama e depois ter batido com a porta. A resposta em campo foi uma vitória robusta sobre um adversário que se bateu pelos três pontos, mas que acabou por afogar-se numa maré de erros defensivos, bem aproveitados pela equipa de Cajuda, que assim conseguiu a segunda goleada por 4-2 fora de portas e apagou a má imagem deixada em Coimbra, onde perdeu na jornada anterior.
Os golos são sempre os momentos importantes de uma partida e ontem houve quatro na primeira parte, com direito a reviravolta e empate. Saiu na frente o Vitória de Setúbal, que inaugurou o marcador aos 11', por André Marques, o substituto de Cissokho, transferido para o FC Porto.
Os visitantes demoraram apenas três minutos a reagir, com Marquinho a antecipar-se aos centrais da equipa orientada por Carlos Cardoso e a restabelecer o empate, após assistência de Fajardo.
Seguiram-se 20 minutos em que o único facto relevante foi uma bomba de Carrijo à trave de Serginho, que continua na baliza vimaranense, a substituir o lesionado Nilson. Aos 34', consumou-se a reviravolta dos visitantes. Fajardo desmarcou Nuno Assis, que aproveitou o adiantamento da defensiva sadina para fugir e marcar, depois de contornar o desamparado Milojevic. Mas tal como sucedeu no primeiro quarto de hora do encontro, a vantagem no marcador não durou mais que três minutos, porque Ricardo Chaves, após boa jogada na esquerda, bateu novamente Serginho.
Chegou-se ao intervalo com um empate, justo e bem condimentado. Após o reatamento, Flávio meteu a bola na baliza sadina aos 40', mas o árbitro já havia apitado por pretensa falta do capitão vimaranense. Carlos Cardoso esperou apenas dez minutos para fazer duas alterações, mudando o 4x5x1 inicial para um 4x3x3. Cajuda tirou Fajardo e meteu Carlitos, e as duas equipas continuaram à procura do golo do triunfo. Foi o Guimarães quem o conseguiu, por duas vezes, com a assinatura do mesmo jogador, Nuno Assis. E com uma goleada, duas assistências de Fajardo e três golos de Nuno Assis, o Guimarães volta a mostrar que está mais talhado para vitórias fora de casa. E até Cajuda, que prometera silêncio até ao fim do contrato, voltou a falar. Quiçá para mostrar que podem tentar fazer-lhe a cama, mas que, por agora, quem escolhe os lençóis ainda é ele.
V. Setúbal 2
V. Guimarães 4
Jogo no Estádio do Bonfim, em Setúbal. Assistência Cerca de 1000 espectadores
V. Setúbal Milojevic; Janício, Robson, Anderson e André Marques; Hugo (Joeano, 84'), Ricardo Chaves, Regula, Mateus (Bruno Gama, 55') e Bruno Ribeiro (Laionel, 55'); Carrijo
V. Guimarães Serginho; Lionn, Moreno, Gregory, Andrezinho; João Alves, Wênio; Desmarets (Luciano, 90+4'), Nuno Assis, Fajardo (Carlitos, 64'); Marquinho (Custódio, 88')
Árbitro João Capela, de Lisboa Amarelos Robson (10'), Bruno Ribeiro (38'), Serginho (90+4')
Golos 1-0, por André Marques, aos 11'; 1-1, por Marquinho, aos 14'; 1-2, por Nuno Assis, aos 34'; 2-2, por Ricardo Chaves, aos 37'; 2-3, por Nuno Assis, aos 82'; 2-4, por Nuno Assis, aos 90+5'.

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