Colectividade mais antiga do país recebe projecto de recuperação da sede em Santiago do Cacém

a A Sociedade Harmonia, de Santiago do Cacém, a mais antiga colectividade do país, recebeu de presente do município um projecto para a recuperação do seu edifício sede, uma obra avaliada em dois milhões de euros. O projecto de execução da requalificação e recuperação do edifício, num valor estimado de 90 a 100 mil euros, foi oferecido segunda-feira à associação pela autarquia. "Quisemos fazê-lo simbolicamente antes do Natal", salientou à agência Lusa Vítor Proença (CDU), presidente do município.
O mês de Dezembro coincide, igualmente, com a altura do ano em que foi lançada a primeira pedra do actual edifício, há 145 anos (1863). A construção, no centro histórico de Santiago do Cacém, foi inaugurada dois anos depois. Seguiu-se, passada uma década, a criação do teatro. A colectividade remonta, contudo, a Dezembro de 1847, somando 161 anos de existência. Nos primeiros tempos esteve instalada num prédio no Largo Alexandre Herculano (antigo Largo do Barreiro).
Trata-se, segundo Vítor Proença, da "colectividade mais antiga de Portugal com vida activa ininterrupta e de um edifício muito importante para a cultura e para o litoral alentejano". O projecto, elaborado pelo gabinete de reabilitação urbana e do património da autarquia, passa pela preservação do edifício existente, mantendo as cores originais e com construção de uma zona nova atrás do palco.
Também a zona de entrada, com uma pequena escadaria, se manterá inalterada, sendo acrescentado outro acesso, para pessoas com dificuldades motoras, deu conta João de Sousa, coordenador do gabinete. O edifício, com cave, piso principal, primeiro andar e sótão, comportará sala de teatro e cinema com 200 lugares sentados, zona de bastidores, sala de projecção, bar/restaurante, sala de jogos, balneários, arrumos e sala polivalente.
A obra apresenta um custo total da ordem dos dois milhões de euros, verba que a colectividade tenciona obter através da candidatura a diversos fundos. Depois de ver o financiamento da obra negado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Pedro Ramos, presidente da direcção, adiantou que o próximo passo é apresentar uma candidatura aos fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

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