Torne-se perito

Ricky Martin A viver a vida louca... de pai solteiro

O músico porto-riquenho foi capa de revista na sua nova qualidade de pai dos gémeos Matteo e Valentino. Ele diz que a barriga de aluguer foi a opção certa

a Ele foi Menudo, a mais importante boy band renovável da América Latina, bailou Salsa e Merengue no genérico da novela da Globo, saltou com João Baião no Big Show SIC, deu música ao Euro 1998 de futebol e decretou: "She bangs, she bangs, when she moves, she moves", ascendendo à classe dos símbolos sexuais planetários. Viveu la vida loca e agora é pai solteiro.Se dúvidas houver, é consultar a banca onde esta semana aterrou a revista espanhola muy cor-de-rosa Hola! com Martin e os seus dois rebentos, Valentino e Matteo.
Já se sabia que o cantor tinha decidido ser pai solteiro recorrendo a uma barriga de aluguer. O homem ainda bastante desejado pelas mulheres do mundo não se aliou a nenhuma para fazer família a seu lado. Apostou na produção independente e é um orgulhoso pai, sorridente, "exausto", mas "feliz" como nunca. Dois dias depois, nos EUA, a mesma cara sorridente e os mesmos gémeos espantados pela objectiva do fotógrafo estão no interior da revista americana People.
Martin prefere manter anónima a identidade da mãe de aluguer e explica na Hola!, prevendo polémicas religiosas ou sociais: "Há quem pense que a ciência e a medicina não combinam com Deus e eu digo que vejo a arte e o trabalho de Deus em cada um dos movimentos dos meus filhos, em cada sorriso e em cada choro." O artista diz que sempre quis ser pai e um dia sentiu que tinha chegado a hora. "Sentei-me em frente ao computador e fiquei fascinado ao descobrir tudo o que a ciência e a medicina nos oferecem hoje em dia. E pensei: 'Esta é a minha escolha e vou conseguir.'"
Não optou pela adopção porque "sentia a autêntica necessidade" de se ver reflectido nos olhos dos seus filhos, embora admita fazê-lo no futuro. A gestação numa barriga de aluguer foi uma "opção intrigante e mais rápida", disse à People. "Era a melhor opção para mim neste momento da minha vida", lê-se na entrevista à revista espanhola, dada na casa de Miami que partilha com os gémeos e com uma ama que o ajuda. Mas esclarece que, apesar de não fazer tudo-tudo-mas-mesmo-tudo, é ele que acorda de noite quando eles choram, que eles dormem no seu quarto e que lhes dá banho, comida e os embala para dormir. E acompanhou a gravidez, esteve no parto e chorou de emoção.
Acha que são parecidos com ele sobretudo "nos dedos dos pés" e dá-lhes música a toda a hora. Não só lhes canta, "desde rock and roll até canções em espanhol e canções de embalar", como a sua casa tem música 24 horas por dia. E já os avisou: "Preparem-se, bebés, porque a vossa vida vai estar cheia de música."
"Adoro mulheres e sexo"
Aos quatro meses, os gémeos nascidos no final de Agosto foram fotografados e tornados figuras públicas. Mas já antes a imprensa cor-de-rosa recordara outro exemplo similar no mundo musical - Michael Jackson. Prince Michael Jackson II é o terceiro filho de Jackson, fruto de uma inseminação artificial e de uma mãe também com identidade desconhecida. Os tablóides fizeram a comparação de imediato, além de recuperarem um rumor que rodeia o cantor desde Livin' La Vida Loca, quando a sua vida foi escrutinada a nível mundial: será Ricky Martin homossexual?
O próprio cantor, que namorou 14 anos com a apresentadora de televisão mexicana Rebecca de Alba, já negou várias vezes a suspeita motivada pelo facto de não se lhe conhecerem namoradas há alguns anos, por privacidade ou simples acaso. "Se fosse gay, porque não o admitiria? Sou um homem normal. Adoro mulheres e sexo", disse à revista eslovaca Plus 7 Days. Mais tarde, responderia também ao britânico Sunday Express: "Não tenho problemas com a homossexualidade. Sou gay-friendly, não sou gay."
A carreira
Ricky Martin, aliás Enrique Martín Morales, é uma estrela há mais de duas décadas, desde que era um jovem membro dos Menudo, em Porto Rico. Entre os anos 1990 e a viragem do milénio teve o seu apogeu (até ver, porque nestas coisas dos comebacks não há regras nem há garantias, com Britney Spears a servir de exemplo recente para o melhor e para o pior) com o single Livin' La Vida Loca (1999, no seu primeiro álbum em inglês), depois em 2000 com She Bangs, outro single orelhudo, e em 2001 até foi cabeça de cartaz do baile da tomada de posse do ainda Presidente dos EUA George W. Bush, cujas políticas viria mais tarde a criticar.
Antes do crossover para o inglês e para os EUA, Martin era um sex-symbol latino, com o êxito Maria a dar música à novela da Globo Salsa e Merengue (1996/97) e já com uma legião de minifãs vinda dos Menudo. Em 1994, tinha estado em Los Angeles para tentar a sua sorte como actor e conseguiu um papel numa conhecida soap, a novela General Hospital. No final da década passou mesmo pela Broadway e depois veio o estrelato mundial com o sucesso da transição para as letras em inglês.
Nos últimos anos, os seus álbuns já não são tão transversais, a moda passou e Martin cresceu. Tornou-se embaixador da Unicef, criou a sua Fundação Ricky Martin dedicada às crianças desfavorecidas e começou a praticar ioga. Encontrou, dizem as revistas, a paz na espiritualidade e nas boas acções. Em Fevereiro de 2009, voltará a gravar um álbum. Mas o estúdio é mesmo em casa e portanto não terá de se afastar muito de Valentino e Matteo. Quando for altura da digressão, eles vão com ele.

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