Proposto traçado alternativo para o futuro IC2 na zona de Coimbra

a O Bloco de Esquerda está contra o traçado previsto para o novo IP3/IC2, que prevê a construção de uma terceira ponte sobre o rio Mondego na zona da Mata Nacional do Choupal em Coimbra. Por isso, preparou uma proposta alternativa que tem por objectivo afastar o trânsito pesado da cidade e que custa menos cem milhões de euros que o trajecto escolhido pela Estradas de Portugal (EP).O estudo foi elaborado pelo arquitecto Luís Sousa, militante do BE de Coimbra, e já foi apresentado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) durante período de consulta pública da Avaliação de Impacte Ambiental do actual projecto. Elaborado pela Estradas de Portugal, este projecto liga, na parte do IC2, o nó de Almegue, em Coimbra, a Oliveira de Azeméis, e prevê a construção de uma ponte com 910 metros sobre o rio Mondego, atravessando uma parte da Mata Nacional do Choupal.
A proposta alternativa, que o autor defende ser mais barata em 100 milhões de euros, por ter menos de 7,5 quilómetros de auto-estrada, aproveita o traçado do futuro IC3, entre Tomar e Coimbra, e a A1, para substituir a travessia sobre o Mondego prevista no projecto. "Neste sentido, é necessário que o futuro traçado do IC3 seja ligado à zona de Trouxemil e não a Souselas/Pampilhosa, como está actualmente projectado", afirmou Luís Sousa, quinta-feira à noite, em Coimbra, durante uma sessão pública de apresentação do estudo.
De acordo com esta solução, o novo IC2 e IC3 passariam a articular-se com outras vias já existentes na região, formando uma "grande argola de redes viárias à volta de Coimbra", que permitiriam que o trânsito que não se destina à cidade não necessitasse de a atravessar.
A decisão final da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre o projecto da EP é esperada até ao final do ano e Luís Sousa defende que a instituição ambiental é, neste momento, a única entidade capaz de parar o projecto. "A nossa expectativa é que, face às soluções absurdas que são apresentadas neste projecto, a APA dê parecer negativo à avaliação ambiental", declarou.
Luís Sousa critica ainda o facto de não haver qualquer articulação entre o novo traçado do IC2 e o projecto da Rede de Alta Velocidade para a passagem do TGV em Coimbra, que está projectado precisamente para a mesma zona onde a Estradas de Portugal pretende fazer a nova travessia sobre o Mondego. "Infelizmente é assim que se fazem obras estruturantes em Portugal", lamenta.
O Bloco de Esquerda revelou ainda que pretende questionar na Assembleia da República o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, sobre as opções assumidas pela Estradas de Portugal na construção do novo IP3/IC2.
Contestação
A Provedoria do Ambiente de Coimbra e a Quercus também já se manifestaram contra o traçado projectado pela EP para a passagem do IC2/IP3 na cidade de Coimbra. A provedoria afirma mesmo que cerca de cinco hectares da Mata Nacional do Choupal poderão sofrer "danos irreversíveis". Já a Quercus diz ter muitas dúvidas sobre a forma como a EP conduziu o processo de elaboração da nova via.

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