Tyco Electronics suspende a produção durante duas semanas
"A direcção da empresa não nos explicou os motivos que a leva a interromper a produção, entre 19 de Dezembro e 5 de Janeiro", afirmou Rogério Silva, dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
Contudo, segundo o sindicalista, "num comunicado que foi afixado, a empresa fala da crise" no sector automóvel. "Não duvidamos que possam existir dificuldades, mas elas têm de ser explicadas aos representantes dos trabalhadores", alertou.
A agência Lusa tentou contactar os responsáveis da empresa, mas uma funcionária disse que não estava hoje disponível qualquer administrador.
Lamentando que "os trabalhadores, para compensar este tempo, tenham de recorrer a férias que ainda não estão vencidas", Rogério Silva considerou que, "além de ser ilegal, é condenável, do ponto de vista ético e moral".
"Se efectivamente se verificar a necessidade desta paragem, existem alternativas para compensar os dias que não vão ser trabalhados", indicou o sindicalista.
Como exemplo, Rogério Silva salienta que "a empresa deve aos trabalhadores milhares de horas em formação profissional".
"É o momento importante para que a empresa aposte definitivamente numa formação profissional, estruturada, séria e com qualidade", afirmou.
O sindicalista acusou ainda a Tyco Electronics, que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, de "exercer uma forte pressão sobre meia centena de trabalhadores para rescindirem os seus contratos de trabalho", na mesma altura que era aprovado um contrato de investimento com o Governo, na ordem dos 23 milhões de euros.